Antes de Hamish Harding, Stockton Rush, Paul-Henri Nargeolet, Shahzada e Sulaiman Dawood terem entrado no submarino 'Titan' para ver o que resta do Titanic, no fundo do Oceano Atlântico, outros já se haviam aventurado nesta viagem.
Em relatos que agora fazem, confessam que é uma viagem onde a palavra morte está sempre presente.
"A morte está sempre à espreita"
O escritor norte-americano Mike Reiss embarcou nesta viagem no ano passado. O produtor dos 'The Simpsons' sabia que esta era uma aventura "perigosa" e decidiu levar consigo papel para escrever. O homem queria garantir que, caso o submersível de alto mar não regressasse à superfície, "tinha algo onde escrever algumas piadas finais".
"A morte está sempre à espreita, está sempre no fundo da tua mente", disse Reiss, de 63 anos, ao The Post. "Antes mesmo de entrar no barco, há um longo contrato de renúncia que menciona a morte três vezes na primeira página."
O escritor afirma que se trata de um submarino muito simples e confortável e apesar do entusiasmo e até medo, o facto é que a viagem foi tão tranquila que até adormeceu pelo caminho.
Em caso de acidente, "hipóteses de sobreviver são mínimas"
O jornalista do The Sun, Martin Phillips, fez a arriscada viagem em 2001 e recorda-se que foi um misto de entusiasmo e terror. Um empresário britânico venceu um prémio promovido pelo jornal britânico e comprou os direitos de uma expedição para promover o seu novo site de mergulho e ofereceu a oportunidade de viajar a vários meios de comunicação social. Martin foi um dos contemplados.
Martin revela que antes de embarcar foi informado de todos os perigos e que as "hipóteses de sobreviver" a qualquer pequeno acidente eram mínimas.
"Recordo-me vivamente de como a trepidação e a claustrofobia lutavam com uma sensação crescente de excitação quando a escotilha foi fechada e balançámos à superfície, à espera de descer para as profundezas escuras", recorda.
"É chegar à superfície ou morrer"
O jornalista da CBS David Pogue fez a viagem no ano passado. O repórter confessa que hesitou em embarcar depois de considerar que alguns dos componentes do submarino pareciam "meio improvisados", como o facto de o veículo ser dirigido por um comando de Xbox.
O homem está ciente de que encontrar a embarcação a tempo é um desafio para as equipas de resgate e afirma que sem ajuda ninguém conseguirá sobreviver com vida.
"Não há backup, não há cápsula de escape", disse ele. "É chegar à superfície ou morrer", diz, em declarações à BBC.
Recorde-se que o submarino que faz viagens turísticas até aos destroços do Titanic, no Oceano Atlântico, desapareceu no domingo. Hoje, ao terceiro dia de buscas, a Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou que um avião canadiano detetou sons subaquáticos durante as operações de busca.
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de quatro dias quando se fez ao mar, na manhã de domingo, segundo David Concannon, conselheiro da OceanGate Expeditions, que supervisionou a missão.
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