Anos antes da embarcação submersível da OceanGate desaparecer no Oceano Atlântico com cinco pessoas a bordo, já havia preocupações a respeito de um acidente deste género.
Segundo o The Telegraph, especialistas da indústria de submersíveis avisaram o CEO da OceanGate que a expedição poderia vir a ter vários, problemas “desde pequenos a catastróficos”.
Em janeiro de 2018, de acordo com documentos judiciais aos quais o jornal teve acesso, o diretor de operações marítimas da OceanGate, David Lochridge, começou a trabalhar num relatório contundente no qual dizia que a embarcação precisava de mais testes e enfatizava “os perigos potenciais para os passageiros do Titan" a "profundidades extremas.”
Dois meses depois, a OceanGate recebeu opiniões semelhantes de dezenas de pessoas - líderes da indústria, exploradores de águas profundas e oceanógrafos - que alertaram, numa carta ao CEO, Stockton Rush, que a abordagem "experimental" da empresa e a sua decisão de abrir mão de uma avaliação tradicional pode levar a problemas potencialmente “catastróficos” com a missão aos destroços do Titanic.
De acordo com o jornal, a empresa recusou realizar um processo de revisão e certificação proposto pelos especialistas que alertaram para os potenciais perigos. Mais ainda, o OceanGate terá estado envolvida num processo judicial - nesse mesmo ano - com um antigo funcionário, por alegados problemas de segurança.
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de quatro dias quando se fez ao mar, na manhã de domingo, segundo David Concannon, conselheiro da OceanGate Expeditions, que supervisionou a missão.
A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá, citado pela agência de notícias norte-americana Associated Press.
Na terça-feira, a França anunciou que o instituto Ifremer de ciências oceânicas enviou um navio, o Atalante, equipado com um robô subaquático, o Victor 6.000, para procurar o submersível.
O Victor 6.000 deve chegar ao seu destino hoje e mergulhar até uma profundidade de cerca de 4.000 metros para realizar operações de busca.
Os restos do Titanic - que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 - estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Newfoundland.
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