O chefe do Grupo Wagner culpou o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, pela invasão russa na Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
Yevgeny Prigozhin rejeitou as alegações de Moscovo de que Kyiv planeava lançar uma ofensiva nos territórios controlados pela Rússia no leste da Ucrânia no início do conflito, numa publicação na rede social Telegram, declarando que "não aconteceu nada de extraordinário nas vésperas do dia 24 de fevereiro".
"O Ministério da Defesa está a tentar enganar o público e o presidente e espalhar a história de que havia níveis insanos de agressão do lado ucraniano e que iriam atacar-nos em conjunto com todo o bloco da NATO", disse o líder do grupo Wagner.
"A operação especial foi iniciada por um motivo completamente diferente", acusou Prigozhin, avançando que a guerra era "necessária" para que Shoigu se pudesse "tornar marechal" e "ganhar uma segunda medalha de herói", avança a Sky News.
Prigozhin referiu ainda que a Rússia poderia ter evitado a guerra se tivesse negociado com o presidente da Ucrânia, Volodomyr Zelensky.
Já na quarta-feira o líder do grupo Wagner tinha acusado o Ministério da Defesa da Rússia, de "enganar o povo russo" acerca do curso da contraofensiva ucraniana, avançou a agência de notícias Agence France-Presse (AFP).
As acusações do líder do grupo de mercenários surgiram numa altura em que a contraofensiva das tropas ucranianas para recuperar o território perdido desde o início da invasão vai na terceira semana, apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, afirmar que a Ucrânia está a falhar nos seus objetivos.
De recordar que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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