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Feitiço virou? "Putin teve de defender Moscovo de mercenário que criou"

Para Blinken, ainda não se viu "o ato final" da turbulência russa.

Feitiço virou? "Putin teve de defender Moscovo de mercenário que criou"
Notícias ao Minuto

15:23 - 25/06/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou, este domingo, que os últimos acontecimentos na Rússia mostram como a decisão de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia também instalou o caos na Rússia, revelando "fissuras" no poder político do país.

"Se colocar isto em contexto, há 16 meses, Putin estava às portas de Kyiv, na Ucrânia, a tentar tomar a cidade numa questão de dias, apagar o país do mapa. Agora, ele teve de defender Moscovo, a capital da Rússia, contra um mercenário que ele mesmo criou", disse Blinken, em declarações à ABC.

"Então, acho que isso é claro - vemos fissuras a surgir", acrescentou.

Blinken afirmou ainda que não "acha que vimos o ato final" da turbulência russa após a rebelião levada a cabo pelo líder do grupo Wagner.

"Tanto do que está abaixo da superfície agora veio à tona novamente em termos de questionar a premissa da guerra, em termos de questionar a condução da guerra, em termos de questionar o que isso realmente trouxe de bom para a Rússia", notou.

Os Estados Unidos, que mantiveram intensas consultas com os seus aliados europeus nas últimas 24 horas sobre a crise na Rússia, tinham, até agora, recusado comentar diretamente a rebelião.

O próprio Blinken discutiu, no sábado, a situação na Rússia com seus homólogos dos países do G7, bem como com a Polónia e a Turquia.

No entanto, à CBS, Blinken ressalvou ser "muito cedo" para especular sobre o impacto da crise na Rússia ou a guerra na Ucrânia.

"Na medida que a atenção da Rússia é desviada (...), isso cria uma vantagem adicional" para a Ucrânia, enquanto decorre a contraofensiva dos ucranianos, referiu o secretário de Estado norte-americano.

"É muito cedo para saber como isto vai acabar. É um quadro em evolução", sublinhou.

Recorde-se que, após várias horas de tensão na Rússia, Yevgeny Prigozhin, líder dos mercenários Wagner, anunciou a suspensão das movimentações contra o comando militar russo após chegar a acordo com o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

[Notícia atualizada às 15h48]

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