"Ainda não é claro o que se está a passar. E eu digo muito claramente o que está a acontecer e não o que aconteceu, porque é apenas um ato do espetáculo russo", afirmou Baerbock.
O que aconteceu no fim de semana "é uma luta interna pelo poder na Rússia e não temos de nos envolver", disse Baerbock à chegada à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no Luxemburgo.
O líder do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, ocupou o comando militar russo na cidade de Rostov-on-Don e mandou avançar uma coluna de mercenários para Moscovo no sábado.
Prigozhin exigia a demissão do ministro da Defesa russo, general Serguei Shoigu, e do chefe do estado-maior, general Valery Gerasimov, a quem acusou de atacar o grupo Wagner e de incompetência na guerra contra a Ucrânia.
O chefe do Wagner mandou parar a coluna de mercenários a cerca de 200 quilómetros de Moscovo, depois de ter aceitado ir para a Bielorrússia a troco de não ser processado criminalmente por incitação a um motim armado.
Annalena Baerbock considerou que a revolta do grupo Wagner mostra que o Presidente russo, Vladimir Putin, está a "destruir o seu próprio país" com a "guerra brutal" contra a Ucrânia, que iniciou em 24 de fevereiro de 2022.
"Também vemos as consequências devastadoras da guerra da Rússia no sistema de poder de Putin", afirmou, citada pela agência espanhola EFE.
A chefe da diplomacia alemã destacou ainda a importância de a UE continuar a analisar o que aconteceu na Rússia por haver riscos que não podem ser descartados.
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