Numa mensagem de áudio de 11 minutos - a primeira declaração desde a rebelião- , Prigozhin afirma que iniciou a "marcha" para impedir que o Grupo Wagner fosse dissolvido e que este continua ativo na Bielorrússia.
“Não fizemos uma ‘marcha de justiça’ para destronar a liderança da Rússia, no entanto, mostrou os sérios problemas de segurança no país", diz Prigozhin, que insiste que o ato foi pelos direitos do grupo mercenário.
“Queríamos responsabilizar aqueles que cometeram erros durante a operação militar especial na Ucrânia", pode ainda ouvir-se na declaração que está a ser traduzida por vários meios.
Prigozhin diz ainda que "Alexander Lukashenko estendeu a mão e propôs soluções para o trabalho futuro do Grupo Wagner na jurisdição legal", asseverando ainda que "ninguém aceitou assinar um contrato com o ministro da Defesa russo".
No sábado, o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não iria permitir o início de uma "guerra civil".
Ao fim do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.
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