"É uma questão de tempo até que alguém desafie Putin na Rússia"

Na ótico do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, "Prigozhin é apenas o primeiro que se atreveu, mas não tenho dúvidas de que outros seguirão de uma maneira ou de outra".

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Notícias ao Minuto
27/06/2023 19:43 ‧ 27/06/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Dmytro Kuleba

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, referiu, esta terça-feira, que embora a Ucrânia não tivesse nenhuma inteligência específica relacionada à tentativa de rebelião do chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, no fim de semana, é inevitável que alguém desafiasse o presidente russo, Vladimir Putin.

"Para nós, sempre foi bastante óbvio que é apenas uma questão de tempo até que alguém na Rússia se atreva desafiar Putin. Porque vimos como seu poder e autoridade estão a diminuir e como a Rússia está entrar numa fase muito turbulenta", frisou,  em entrevista exclusiva à CNN, em Kyiv.

Na ótica do ministro ucraniano, "Prigozhin é apenas o primeiro que se atreveu, mas não tenho dúvidas de que outros seguirão de uma maneira ou de outra".

Kuleba também salientou que a ameaça de a Rússia usar armas nucleares é a última arma de Putin. "Francamente, acredito que o medo de armas nucleares é o último argumento que Putin tem na manga... Ele esgotou todos os outros argumentos", apontou.

"É óbvio que o seu exército é incapaz de alcançar os seus objetivos estratégicos na Ucrânia. Ele percebe que seu poder foi destruído. E então só lhe resta um último argumento", acrescentou ainda.

Para Kuleba, "não é nada mais do que um jogo do medo, porque Putin ama demais a vida". "O Ocidente cometerá um grande erro se decidir jogar o jogo do medo nuclear com Putin", frisou ainda.

Recorde-se que o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, avançou, na sexta-feira, com uma rebelião na Rússia, que acabou por suspender menos de 24 horas depois, já após ter ocupado Rostov, uma importante cidade no sul do país para a logística da guerra na Ucrânia.

Prigozhin acusara antes o exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, provocando "um número muito grande de vítimas". As acusações foram negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.

Vladimir Putin discursou ao país e falou numa "ameaça mortal" ao Estado russo e numa "traição".

Leia Também: Navalny diz que motim mostra que Putin é "uma ameaça para a Rússia"

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