O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, esta quarta-feira, que a notícia avançada pelo New York Times de que o general russo Sergey Surovikin terá tido conhecimento prévio dos planos de rebelião de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, são "boatos".
"Agora haverá muita especulação, boatos e por aí em diante sobre estes eventos. Acho que esse é um desses exemplos", disse Peskov aos jornalistas, segundo cita a agência estatal TASS.
De realçar que o New York Times escreveu que as autoridades norte-americanas foram informadas sobre o assunto pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos e estão a "tentar saber" se Sergey Surovikin, ex-comandante das operações militares da Rússia na Ucrânia, "ajudou a planear as ações" de Prigozhin.
Além disso, a mesma fonte disse que há sinais de que outros generais russos possam ter apoiado a rebelião do líder do grupo Wagner contra o Ministério da Defesa da Rússia.
Surovikin assumiu o comando geral das operações na Ucrânia em outubro, contudo, foi afastado em janeiro deste ano por Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo.
Entretanto, o The Sun avançou que o homem está em paradeiro incerto. Acredita-se que possa estar a ser interrogado para apurar o que sabia sobre a conspiração levada a cabo contra Vladimir Putin.
Recorde-se que o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, avançou, na sexta-feira, com uma rebelião na Rússia, que acabou por suspender menos de 24 horas depois, já após ter ocupado Rostov, uma importante cidade no sul do país para a logística da guerra na Ucrânia.
Prigozhin acusara antes o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, provocando "um número muito grande de vítimas". As acusações foram negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.
Vladimir Putin discursou ao país e falou numa "ameaça mortal" ao Estado russo e numa "traição".
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