"Sabemos que em outros países se procede de outro modo, não se respeitam os sentimentos religiosos das pessoas e para mais dizem que não é um crime. No nosso país isso é um delito, na Constituição e no Código penal", afirmou Putin durante a visita a uma mesquita em Derbent, capital da república russa do Daguestão e no dia do início da celebração do Eid al-Ahda ou Festa do Sacrifício, a mais importante do calendário islâmico.
Putin acrescentou que na Rússia também é considerado crime induzir o ódio religioso entre os praticantes e que o país "sempre cumprirá essas leis".
Sublinhou ainda que o Corão é um livro sagrado para os muçulmanos "e também deve sê-lo para as demais confissões".
Um exemplar do Corão foi hoje queimado junto a uma mesquita de Estocolmo, no primeiro ato do género autorizado pela polícia sueca após os tribunais terem recentemente revogado uma proibição anterior.
Em janeiro passado, a queima de outro exemplar do Corão frente à Embaixada turca pelo ultradireitista sueco-dinamarquês Rasmus Paludan motivou um forte protesto da Turquia, que mantém o bloqueio à ratificação da adesão da Suécia à NATO.
Ainda hoje, Putin felicitou os muçulmanos russos por ocasião da Festa do Sacrifício e sublinhou que a festividade, que assinala o fim da peregrinação aos grandes santuários islâmicos, "possui um profundo sentido moral e espiritual".
Esta celebração muçulmana, designada na Rússia "Kurban Bairam", de origem tártara, recorda a ocasião em que, segundo o Corão, o profeta Abraão (Ibrahim) se mostrou disposto a sacrificar o seu filho Ismael (Ismail) para demonstrar a sua lealdade a Deus (Alá).
Este relato é similar à passagem bíblica descrita no Génesis sobre o sacrifício de Isaac, filho de Abraão.
Apesar de não existir uma estatística oficial sobre o número de muçulmanos na Rússia, calcula-se que ascendam a 20 milhões.
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