O Governo do Botsuana e a Anglo American, proprietária maioritária da De Beers, chegaram a um "acordo de princípio", anunciaram as duas partes num comunicado de imprensa conjunto divulgado na noite de sexta-feira.
O acordo prevê um novo contrato de venda de 10 anos para os diamantes brutos produzidos pela Debswana -- empresa comum detida em partes iguais pelo Governo e pela De Beers -- e uma extensão de 25 anos das licenças mineiras.
O anterior acordo de venda, datado de 2011, entre um dos mais ricos países da África Austral e a maior empresa de diamantes do mundo em valor foi excecionalmente prorrogado até 30 de junho de 2023 devido à pandemia de covid-19.
Segundo as condições negociadas pelas duas partes em 2011, a De Beers recebeu 90% dos diamantes em bruto e o Botsuana 10%. Até 2020, a quota do Botsuana foi aumentada para 25%. Não foram reveladas as compensações financeiras do acordo.
O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, ameaçou cortar relações com a empresa sul-africana se as discussões para renegociar um acordo de venda se revelassem desfavoráveis para o país.
"Se não chegarmos a uma situação vantajosa para todos, cada uma das partes terá de fazer as malas e regressar a casa", afirmou em fevereiro passado.
O país intensificou a pressão no mês seguinte, anunciando a conclusão próxima de um acordo para adquirir uma participação de 24% no fabricante belga de diamantes HB Antwerp.
No ano passado, a De Beers adquiriu cerca de 70% dos seus diamantes brutos no Botsuana.
A extração de diamantes representa um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do país da África Austral, ficando apenas atrás da Rússia em termos de produção de pedras preciosas de qualidade.
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