Segundo o Ministério do Interior francês, citado pela rádio pública FranceInfo e num balanço atualizado divulgado às 12h00 locais (11h00 em Lisboa), 752 detenções foram feitas pela polícia nacional, 153 pela 'gendarmeria' e 406 pela prefeitura de Paris.
O Governo francês enviou na sexta-feira cerca de 45.000 polícias para todo o país para tentar controlar a violência, mas não conseguiu impedir que, durante a noite, jovens manifestantes entrassem em confronto com a polícia, ateassem cerca de 2.500 fogos, saqueassem lojas e provocassem ferimentos em 79 agentes da polícia.
As cerimónias fúnebres de Nahel, o jovem de ascendência árabe que foi morto pela polícia em Nanterre, nos subúrbios de Paris, começaram hoje com um velório privado, a que se seguirá uma cerimónia na mesquita e o enterro num cemitério local.
"Sábado, 01 de julho, será um dia de luto para a família de Naël", escreveram os advogados da família, apelando aos meios de comunicação social para que não participem na cerimónia, "a fim de dar à família enlutada a privacidade e o respeito de que necessita".
Segundo o ministério, os protestos e os tumultos urbanos desencadeados terça-feira após a morte, abatido a tiro pela polícia, de um jovem de 17 anos que não respeitou uma "operação stop", tiveram menos intensidade do que nos dias e noites anteriores.
Uma força policial de cerca de 45.000 polícias ajudou a conter a violência nesta quarta noite de tumultos, mas o balanço é pesado.
Segundo o Ministério do Interior, "79 polícias e gendarmes ficaram feridos", cerca de 1.350 veículos foram incendiados, 234 edifícios foram queimados ou danificados e cerca de 2.560 incêndios foram registados na via pública.
Marselha, a segunda maior cidade do sul de França, teve uma noite agitada, o que levou o Ministro do Interior francês, Gérard Darmanin, a enviar reforços para a cidade.
A polícia já tinha registado 88 detenções por volta das 02:00 (01:00 em Lisboa) desde o início da noite, com grupos de jovens muitas vezes mascarados e "muito móveis".
Durante uma visita ao noroeste de Paris, Darmanin informou, a meio da noite, que a violência era "menos intensa", com 471 pessoas já detidas em todo o país e focos de tensão, nomeadamente em Marselha e Lyon, grandes cidades do sudeste.
Na manhã de hoje, o número de pessoas detidas rondava o milhar, mais do que nas noites anteriores, quando a polícia deteve cerca de 900 pessoas.
Ainda antes do funeral, Darmanin anunciou que hoje sairão para as ruas mais "unidades mais especializadas", como o RAID (unidade de forças especiais) e o GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional), tropas de elite da polícia e da 'gendarmaria'.
Para as ruas foram também enviados veículos blindados ligeiros da 'gendarmeria' para tentar reduzir a tensão em relação à noite anterior, em que 492 edifícios foram alvo de ataques, 2.000 veículos foram queimados e dezenas de lojas saqueadas.
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