A Coreia do Sul enfrenta uma grave crise demográfica, depois de a sua taxa de natalidade - a mais baixa do mundo - ter descido para 0,78 em 2022, ano em que havia menos 12,5% de clínicas e hospitais pediátricos em Seul, comparativamente com 2018.
Os dados são da agência Reuters, que revela que uma escassez de pediatras no país está a criar problemas nos seus hospitais, incapazes de assegurar os serviços de atendimento necessários.
Escassez esta que está relacionada, também, com a fraca remuneração destes profissionais e com as dificuldades que o setor enfrenta, havendo cada vez menos nascimentos no país. Dados do Health Insurance Review and Assessment Service mostram, por exemplo, que os pediatras são os médicos mais mal pagos da Coreia do Sul, auferindo salários 57% mais baixos do que o salário médio dos médicos no país.
“Nos países estrangeiros, o governo paga o suficiente para manter as clínicas, mesmo que atendam 20 pacientes por dia. Mas, na Coreia do Sul, custa cerca de 10 dólares (cerca de 9 euros) por tratamento, então as clínicas precisam de atender cerca de 80 pacientes por dia", disse Lim Hyun-taek, presidente da Associação Pediátrica Coreana, que disse que há 30 anos que os ordenados não aumentam significativamente.
Também a relação entre as empresas de seguros e os médicos pediátricos tem 'azedado', uma vez que, diz a Reuters, estas ainda não adaptaram o seu modelo de negócios à diminuição de pacientes, levando ao pagamento de porções mais reduzidas dos custos.
A situação, que tem levado alguns hospitais a cortar mesmo serviços de atendimento nesta especialidade, coloca ainda preocupações nos pais de jovens crianças e nos futuros pais, ouvidos pela mesma agência de notícias.
O hospital de Sowha, por exemplo, que é o mais antigo hospital pediátrico da Coreia do Sul, suspendeu os serviços de tratamento ao sábado à tarde e ao domingo, pela primeira vez, em 77 anos, devido à falta de profissionais.
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