O general Kyrylo Budanov, chefe dos serviços secretos da Ucrânia, afirmou que a "Federação Russa está à beira da guerra civil", sublinhando que o país está "dividido em duas partes" após a rebelião armada do Grupo Wagner.
Em entrevista ao jornal norte-americano The Times, Budanov afirmou que a rebelião, liderada por Yevgeny Prigozhin no final de junho, deixou o presidente russo, Vladimir Putin, "enfraquecido".
"É isso que vemos agora: que a sociedade russa está dividida em duas partes", disse, explicando que, durante a rebelião armada, 17 das 46 regiões da Rússia manifestaram apoio a Prigozhin e 21 a Putin.
"A situação está a indicar exatamente aquilo de que o nosso serviço tem falado: que a Federação Russa está à beira da guerra civil. É preciso que haja um pequeno 'caso' interno, e o conflito interno será intensificado", defendeu.
Recorde-se que o chefe do grupo paramilitar Wagner suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar a 24 de junho, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição.
A rebelião chegou ao fim, após Prigozhin ter negociado um acordo com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que lhe ofereceu exílio. No entanto, esta quinta-feira, o presidente bielorrusso avançou que Prigozhin estava na Rússia.
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