Sonko promete o "caos" se for impedido de concorrer às presidenciais

O líder da oposição senegalesa Ousmane Sonko prometeu hoje que as eleições no Senegal serão um "caos indescritível" se for impedido de concorrer às presidenciais de 2024.

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© Getty Images

Lusa
06/07/2023 20:07 ‧ 06/07/2023 por Lusa

Mundo

Senegal

"Não haverá eleições neste país, ou então haverá um caos indescritível se o Presidente Macky Sall usar truques judiciais para impedir a minha candidatura", ameaçou Sonko numa entrevista à estação de televisão francesa France24.

Nesta sua primeira intervenção pública após Macky Sall ter anunciado, na segunda-feira, que não se candidataria a um terceiro mandato, Ousmane Sonko considera que Sall renunciou a uma terceira candidatura "não por ser um democrata", mas devido à "pressão popular e internacional".

Na sua opinião, não há razão para "felicitar" Sall.

A Constituição senegalesa não prevê um terceiro mandato presidencial.

Ousmane Sonko, o mais feroz opositor do Presidente Sall, foi condenado há um mês a dois anos de prisão num processo de vício e essa condenação torna-o atualmente inelegível à face da lei.

No início de junho, esta situação provocou os distúrbios mais graves dos últimos anos no Senegal, que causaram 16 mortos, segundo as autoridades, e cerca de 30, segundo a oposição.

Apesar da "implacabilidade" dos detentores do poder para o eliminar da corrida presidencial, segundo Sonko, que lidera o partido Pastef, diz-se "pronto a perdoar", e mesmo a "esquecer", se puder participar nas eleições.

"Desejamos-lhe (Macky Sall) um final de mandato feliz e uma partida tranquila para si e para a sua família", acrescentou, apelando a eleições "livres", "transparentes" e "inclusivas".

Na entrevista à France24, Sonko afirmou que não existe qualquer contacto "oficial" ou "não oficial" entre si e o Presidente.

Reiterando que está pronto "a fazer sacrifícios" para "apaziguar" o país, garantiu que não falaria "com uma faca na garganta".

Ousmane Sonko está bloqueado pelas forças de segurança na sua casa em Dacar, "sequestrado", nas suas palavras, desde 28 de maio.

Leia Também: Deputado detido após duvidar da decisão de Sall não se recandidatar

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