Recordes de temperaturas mostram "alterações climáticas fora de controlo"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que a "situação que estamos a testemunhar é a demonstração de que as alterações climáticas estão fora de controlo", ao comentar os novos recordes globais de temperaturas.

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© TCHANDROU NITANGA/AFP via Getty Images

Lusa
06/07/2023 22:57 ‧ 06/07/2023 por Lusa

Mundo

Temperaturas

Numa conferência de imprensa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Guterres afirmou que se a humanidade "persistir em adiar as principais medidas necessárias" a nível climático, caminhará para "uma situação catastrófica, como demonstram os dois últimos recordes de temperatura".

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) advertiu hoje que as temperaturas vão continuar a subir, após o passado mês de junho ter batido o recorde de mais quente da história.

"O aquecimento excecional em junho e no início de julho ocorreu quando começava a desenvolver-se o fenómeno de El Niño, que se prevê que aumente o calor tanto na Terra como nos oceanos e leve a temperaturas mais extremas e ondas de calor marítimas", afirmou Chris Hewitt, diretor dos Serviços do Clima da OMM, o organismo científico das Nações Unidas.

Em junho passado registaram-se temperaturas 0,5 graus acima da média entre 1991 e 2020, superando o recorde de temperatura média mensal do mesmo mês em 2019, segundo dados do sistema europeu "Copernicus".

Por outro lado, e de acordo com dados preliminares, na passada segunda-feira, 03 de julho, a temperatura média diária global alcançou os 16,88 graus Celsius, batendo o recorde anterior de 16,80 graus de agosto de 2016.

Chris Hewitt afirmou "que se podem esperar mais recordes à medida que o El Niño avança e os seus impactos se estendam até 2024", o que considerou ser "uma notícia preocupante para o planeta".

A OMM assinalou que as comparações globais de temperaturas diárias só são possíveis através de reanálises (combinações de simulações de satélites e modelos informáticos), enquanto este organismo das Nações Unidas utiliza uma combinação de reanálises de um conjunto de dados baseados em observações a partir de estações montadas na superfície terrestre e em navios.

O cientista responsável pela OMM explicou que as temperaturas à superfície dos mares também bateram recordes em maio e junho e que este fenómeno terá consequências na distribuição dos peixes e na circulação oceânica em geral.

"Não se trata só da superfície. Todo o oceano está a ficar mais quente e a absorver energia que ali permanecerá por centenas de anos. Os alarmes estão a soar muito fortes devido às temperaturas sem precedentes no Atlântico norte", alertou.

Segundo o mesmo perito, foram observadas recentemente ondas de calor no Atlântico, concretamente nas zonas do Reino Unido, Irlanda e Mar Báltico.

Leia Também: Aquecimento "anómalo" da superfície do Atlântico agrava época de furacões

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