O Departamento de Estado norte-americano informou através de um comunicado publicado na Internet que Phee estará na capital etíope, Adis Abeba, até terça-feira para se reunir com "líderes africanos, incluindo representantes dos governos da região, da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) e da União Africana (UA)".
A governante norte-americana reunir-se-á ainda com "civis sudaneses empenhados em pôr fim ao conflito e em restabelecer a governação democrática no Sudão", segundo a nota do Departamento de Estado, que insistiu na "mensagem clara" dos "parceiros africanos e internacionais das partes em conflito", segundo a qual "não existe uma solução militar aceitável para este conflito".
O Sudão encontra-se desde 15 de abril mergulhado em confrontos entre o exército e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Washington apelou ao exército e às RSF para que "ponham imediatamente termo aos combates e regressem aos quartéis, respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário e permitam o acesso humanitário sem restrições para satisfazer as necessidades de emergência dos civis".
"Fazemos eco do apelo dos países da região para que evitem qualquer interferência externa e apoio militar que apenas intensificarão e prolongarão o conflito. Estamos ao lado do povo sudanês, que trabalha em grupos de base alargada para reiniciar a transição política, que se encontra estagnada, a fim de alcançar a liberdade, a paz e a justiça no Sudão", afirmou Phee.
O conflito fez, até agora, em menos de três meses, mais de 1.100 mortos, segundo o Ministério da Saúde sudanês, mas os números reais podem ser muito mais elevados, dada a violência intercomunitária desencadeada nas regiões do Darfur e do Cordofão.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 2,9 milhões de pessoas foram deslocadas, incluindo cerca de 700.000 que fugiram para países vizinhos.
A maioria das pessoas deslocadas no Sudão fugiu do estado de Cartum (67%) e do Darfur (33%) para os estados do norte do país (16%), do Rio Nilo (14%), do Darfur Ocidental (7%) e do Nilo Branco, especificou a OIM no final da semana passada, dando conta de movimentos migratórios nas fronteiras do Sudão com o Egito (40%), com o Chade (28%), com o Sudão do Sul (21%), com a Etiópia e com a República Centro-Africana (RCA).
"A alimentação, o acesso aos serviços de saúde e os artigos de primeira necessidade continuam a ser extremamente escassos", sublinhou a agência das Nações Unidas.
Leia Também: MSF pede o regresso urgente da ajuda humanitária à Etiópia