"Desenvolver as relações China - Rússia é uma escolha estratégica feita por ambos os lados, com base nos respetivos interesses fundamentais", disse Xi Jinping, citado pela televisão estatal CCTV, a Valentina Matviyenko, presidente do Conselho da Federação Russa, a câmara alta do Parlamento na Rússia.
"Graças aos esforços conjuntos dos dois lados, as relações China - Rússia alcançaram um ritmo de desenvolvimento saudável e estável. A cooperação em vários campos tem avançado constantemente, e as bases da opinião pública e amizade entre as duas sociedades tornaram-se mais fortes ao longo das gerações", observou Xi.
A China está disposta a continuar a trabalhar com a Rússia para desenvolver a parceria estratégica abrangente de cooperação, "visando promover a construção de um mundo próspero, estável e justo", acrescentou.
A reunião com Matviyenko ocorreu logo após a visita de quatro dias a Pequim da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, que se encontrou com vários altos funcionários chineses em Pequim, mas não com Xi Jinping.
Citada pela agência de notícias russa Tass, Matviyenko disse que a Rússia vai continuar a cooperar com Pequim e que pode contar com o "ombro amigo firme e confiável" da China.
Matviyenko, presidente do Conselho da Federação desde 2011, é a terceira mais alta autoridade governamental da Rússia, atrás apenas do Presidente, Vladimir Putin, e do primeiro-ministro, Mikhail Mishustin.
A imprensa chinesa não referiu se a guerra na Ucrânia foi abordada durante o encontro.
Matviyenko saudou o "nível mais alto da história" dos laços entre os dois países e disse que o parlamento russo apoia amplamente o aprofundamento da cooperação bilateral e está pronto a fortalecer ainda mais o intercâmbio e o diálogo com a Assembleia Popular Nacional da China, visando fornecer garantias legais para a implementação do consenso entre Moscovo e Pequim, informou a CCTV.
A China melhorou significativamente os laços com a Rússia, nos últimos anos.
Pequim recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. A China considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.
Xi apontou que na sua visita a Moscovo, em março passado, chegou a um importante acordo com Putin sobre o aprofundamento da parceria estratégica abrangente e a cooperação prática em vários campos entre os dois países.
O líder chinês disse a Matviyenko que os órgãos legislativos de ambos devem legislar no sentido de promover o "desenvolvimento sustentável e saudável da cooperação".
Xi acrescentou que os dois lados também devem fortalecer a colaboração nas organizações multilaterais -- como a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) e o bloco de economias emergentes BRICS -- para liderar a reforma da governação global e salvaguardar os interesses comuns dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento.
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