Enviado da UE acusa Rússia de politizar o destino de milhões de sírios

O enviado da União Europeia (UE) para a Síria acusou hoje a Rússia de politizar o futuro de "milhões de sírios" ao vetar, no Conselho de Segurança da ONU, o prolongamento do mecanismo de ajuda transfronteiriça para aquele país.

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© Reuters

Lusa
11/07/2023 23:42 ‧ 11/07/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Mais uma vez, a Rússia está a politizar a ajuda humanitária e o destino de milhões de sírios que sofrem constantemente", denunciou Dan Stoenescu, através da sua conta na rede social Twitter, após a Rússia ter vetado a resolução.

Moscovo, aliado de Damasco, utilizou hoje o seu poder de veto para bloquear a resolução que prolongava por nove meses o mecanismo de ajuda transfronteiriça à Síria, através do qual a assistência humanitária era entregue sem necessidade de consentimento do Governo sírio.

O diplomata romeno sublinhou que esta era uma "proposta de compromisso", a meio caminho entre o meio ano exigido pelo aliado do governo sírio e os doze meses defendidos por "muitos membros do Conselho de Segurança".

O texto vetado foi apresentado pelo Brasil e pela Suíça, os co-detentores do dossiê humanitário da Síria, e visava autorizar agências da ONU e parceiros humanitários a continuar a utilizar a passagem de Bab al-Hawa, na fronteira Síria-Turquia, por mais nove meses, até 10 de abril de 2024.

O veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), foi duramente criticado por vários países, nomeadamente pelos Estados Unidos, que acusaram Moscovo de "crueldade".

Na sua intervenção, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, deixou claro que Moscovo não aceitará qualquer prorrogação sem mudanças no mecanismo e que a única alternativa para que volte a funcionar é a aprovação das "correções" que a Rússia quer aplicar.

Logo após esta votação, foi a vez de a Rússia apresentar um texto de resolução, que prolongava o mecanismo de ajuda transfronteiriça à Síria por seis meses, até 10 de janeiro de 2024, mas também acabou rejeitado, com três votos contra (Estados Unidos, França e Reino Unido), dois a favor (Rússia e China) e 10 abstenções.

Com a rejeição das duas resoluções, foi encerrada oficialmente esta operação da ONU que foi vital para ajudar 4,1 milhões de pessoas no nordeste sírio.

A autorização dada às Nações Unidas para que os seus comboios humanitários utilizassem a passagem fronteiriça de Bab al-Hawa - mecanismo contestado pelo Governo de Damasco - expirou segunda-feira à noite, pelo que esta via de acesso essencial está já encerrada.

Desde os fortes sismos de fevereiro que afetaram todo o sul da Turquia e o norte da Síria, 3.700 camiões passaram por Bab al-Hawa e por outras duas travessias excecionalmente autorizadas, até meados de agosto.

Nos últimos anos, sempre que esta autorização teve que ser renovada, a Rússia fez pressão para encerrar a operação e para que toda a ajuda fosse canalizada de dentro da Síria, ou seja, dependesse do Governo de Bashar al-Assad, um reconhecido aliado de Moscovo.

Leia Também: Frustração de Zelensky foi insuficiente para convite para adesão à NATO

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