Os sete países são o Egito, Chade, Eritreia, Etiópia, Líbia, República Centro-Africana e Sudão do Sul, que atribuíram esse compromisso aos respetivos ministérios dos Negócios Estrangeiros para uma reunião agendada para a capital chadiana, N'Djamena, mas ainda sem data.
O objetivo é procurar "uma solução global para a crise através da comunicação direta com as partes sudanesas e em coordenação com as iniciativas existentes, incluindo as da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês), bloco que integra oito países da África Oriental, e da União Africana.
A crise sudanesa começou a desenhar-se em 15 de abril, com o início dos confrontos entre o exército regular, liderado pelo "homem forte" do país, general Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), comandado pelo também general Mohamed Hamdane Daglo.
Os resultados do mecanismo anunciado serão apresentados na próxima cimeira de líderes.
De acordo com o comunicado saído da reunião de hoje no Cairo, lido pelo Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, os vizinhos do Sudão reiteraram também a sua "profunda preocupação" com a violência e a deterioração da situação humanitária no país e instaram os beligerantes a comprometerem-se com um cessar-fogo imediato.
No documento sublinha-se também o respeito absoluto pela soberania e integridade territorial do país e o seu desejo de que não haja interferência "de partes externas na crise".
"Salientamos a importância de preservar o Estado do Sudão, as suas propriedades e instituições, e de impedir a sua desintegração ou a propagação de fatores de ilegalidade, incluindo o terrorismo e a criminalidade organizada, no seu ambiente, o que teria repercussões muito graves na segurança e na estabilidade dos países vizinhos e de toda a região", acrescenta-se no comunicado.
A comunidade internacional também foi instada a "assumir a sua responsabilidade" pela crise de refugiados desencadeada pelo conflito e a cumprir as suas promessas de ajuda.
No passado mês de junho, uma conferência de doadores da ONU em Genebra recebeu promessas de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,3 mil milhões de euros), menos do que os 3 mil milhões de dólares solicitados num plano para prestar assistência vital e serviços de proteção a mais de 18 milhões de pessoas no Sudão, bem como a um milhão de refugiados, repatriados e comunidades de acolhimento nos países vizinhos.
Os confrontos mataram mais de 3.000 pessoas e feriram mais de 6.000 outras, anunciou no mês passado na televisão o ministro da Saúde, Haitham Mohammed Ibrahim.
Todavia, segundo médicos e ativistas, o número de vítimas é provavelmente muito superior.
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