Kyiv nega implicação em operação para matar figura mediática pró-Putin
A Ucrânia negou hoje envolvimento numa operação para assassinar a chefe de redação do canal de televisão Russia Today, um dos meios de comunicação social mais próximos do Kremlin, como acusaram sábado os serviços de segurança russos (FSB).
© Getty Images
Mundo Kyiv
O FSB associou os serviços secretos ucranianos, que acusou de pagar 15 mil por cada um dos dois alvos a membros de um grupo neonazi Paragraph-88, para assassinar Margarita Simonian e a apresentadora de televisão Ksenia Sobchak.
A operação para desmantelar o plano resultou em pelo menos seis detenções em Moscovo e na região de Ryazan, no centro da Rússia.
Um dos detidos confessou ter recebido a oferta dos serviços secretos ucranianos, alegou o Ministério Público da Rússia.
O desmentido de hoje foi feito por Mikhail Podoliak, conselheiro presidencial ucraniano, que garantiu, numa entrevista ao canal ucraniano Unity, que o seu governo não tinha absolutamente nada a ver com a operação.
"Os serviços secretos não têm qualquer influência no contexto da guerra ou no contexto da perda de influência da Rússia na cena mundial", afirmou Podoliak.
As transmissões do Russia Today, um dos principais canais políticos do Kremlin, foram sistematicamente suspensas nos países aliados da Ucrânia durante as primeiras semanas do conflito, designadamente em Portugal.
A sua presença também foi proibida em redes sociais como o Twitter.
Margarita Simonian é um dos rostos mais conhecidos da guerra de informação de Moscovo, que decorre paralelamente à ofensiva na Ucrânia.
Ksenia Sobtchak é filha do antigo presidente da câmara de São Petersburgo, Anatoli Sobtchak, que foi mentor do Presidente russo, Vladimir Putin.
No entanto, Ksenia Sobtchak, que nunca escondeu a sua oposição à invasão da Ucrânia, levada a cabo a 24 de fevereiro de 202, dirige um canal na rede YouTube muito popular na Rússia, frequentemente crítico das autoridades.
A popular 'influencer' foi obrigada várias vezes a deixar o território russo desde o início do conflito, mas acabou sempre por regressar.
Os ataques ou tentativas de assassínio são atualmente uma ocorrência regular na Rússia, pois visam maioritariamente ativistas que apoiam o ataque na Ucrânia.
Moscovo acusa as autoridades ucranianas, mas estas negam ou não comentam estes incidentes e, no ano passado, o FSB acusou a Ucrânia de estar a preparar um ataque contra o jornalista e apresentador de televisão russo Vladimir Solovyov.
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