Falando aos jornalistas à entrada para uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, frisou que os acordos do Mar Negro trouxeram estabilidade aos preços dos alimentos, num mundo em que 345 milhões de pessoas vivem com elevados níveis de insegurança alimentar, "número que cresceu com "a guerra brutal contra a Ucrânia".
"É isto que acontece quando um país decide fazer refém toda a humanidade", insistiu, instando a comunidade internacional a forçar a Rússia a reverter a decisão, a regressar às negociações e a alargar o âmbito dos acordos.
"Enquanto a Rússia está a fazer jogos políticos, as pessoas reais estão a sofrer", afirmou.
Sob a mediação da Turquia e da ONU, Kiev e Moscovo acordaram há um ano uma série de medidas para garantir a segurança dos navios que transportam cereais ucranianos para os mercados internacionais, pacto conhecido como "Iniciativa do Mar Negro", que expirou hoje.
A Rússia decidiu suspender o acordo com o argumento de que as sanções que enfrenta devido à agressão contra a Ucrânia a impedem de cumprir a parte do pacto que também deveria garantir as exportações russas de alimentos e fertilizantes.
"Na prática, os acordos do Mar Negro deveriam expirar hoje. Infelizmente, a parte do acordo do Mar Negro que diz respeito à Rússia não foi cumprida. Por conseguinte, [o acordo] perde a sua força", afirmou hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Ao mesmo tempo, garantiu que "assim que a parte russa for cumprida", Moscovo "voltará imediatamente à aplicação deste acordo".
Leia Também: Zelensky garante exportações de cereais "mesmo sem a Rússia"