Um grupo de mais de 50 baleias-piloto morreu, no domingo à tarde, numa praia de uma ilha na Escócia, depois dos animais terem acostado durante a manhã.
O caso ocorreu na Ilha de Lewis, um dos principais territórios insulares escoceses, situada a noroeste do continente.
Segundo contou a organização não-governamental British Divers Marine Life Rescue (BDMLR), que apoia animais em risco nas costas britânicas, aproximadamente 55 baleias arrojaram no local pelas 7 horas e, quando os socorristas chegaram, apenas 15 dos animais continuavam vivos.
As autoridades tentaram fazer os possíveis para devolver os animais sobreviventes de volta à agua. No entanto, durante a tarde, os veterinários concluíram que tal seria impossível devido às ondas fortes e à maré muito baixa.
Além disso, a missão foi considerado "incrivelmente complexa", já que a zona onde as baleias deram à costa é muito remota e, para chegarem lá, os médicos precisaram de conduzir cerca de 8 quilómetros. À Associated Press, a organização explicou ainda que estava "desesperadamente com falta de equipamento de resposta" para o resgate de domingo.
Just arrived at Stornoway to investigate what seems to be the largest fatal mass #stranding event we've had in Scotland for decades. Over fifty #PilotWhales sadly confirmed dead. pic.twitter.com/bOKTnrqD8l
— SMASS (@strandings) July 16, 2023
Às 15h30, e quando apenas 12 animais continuavam vivos (8 adultos e 4 crias), os médicos perceberam que seria impossível resgatar as baleias em segurança e tomou-se a decisão de as abater.
Apenas uma baleia conseguiu sobreviver, tendo sido devolvida ao mar. A BDMLR acredita que este tenha sido o incidente mais mortífero para as baleias na Escócia em várias décadas.
Apesar de ainda serem conhecidas as causas do incidente, os especialistas da BDMLR acreditam que o arrojamento em massa tenha sido causado quando uma das baleias arrojou enquanto dava à luz a uma cria. "As baleias-piloto são conhecidas pelos seus fortes laços sociais, tanto que quando uma baleia fica em dificuldades e arroja, o resto segue-a", esclareceu.
Uma organização de proteção animal escocesa vai proceder às necropsias para determinar as causas da morte, e as entidades pediram que a população evitasse a região.
O caso sucede-se poucos dias depois de 78 baleias-piloto terem morrido nas Ilhas Faroé, embora nesse caso as mortes tenham ocorrido num evento tradicional de caça. Os casos de arrojamento mais trágicos dos últimos anos aconteceram na Nova Zelândia, onde, em 2022, cerca de 500 baleias-piloto morreram em dois arrojamentos seguidos. Em 2020, pelo menos 380 baleias morreram da mesma forma na Austrália.
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