Tajani ruma a Damasco após presidir a reunião com aliados em Roma

O chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, anunciou que vai encontrar-se com o novo líder provisório sírio, Ahmad al-Charaa, durante uma visita a Damasco na sexta-feira, após ter presidido hoje a uma reunião com aliados em Roma para concertar posições.

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Lusa
09/01/2025 21:16 ‧ há 8 horas por Lusa

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Síria

À margem do encontro de hoje do chamado "quinteto sobre a Síria", que juntou em Roma os chefes de diplomacia italiano, norte-americano - naquela que terá sido a última missão no estrangeiro do secretário de Estado Antony Blinken -, britânico e "altos funcionários" da Alemanha e da França, além da alta representante da União Europeia para a Política Externa, Tajani revelou que na sexta-feira vai encontrar-se com al-Charaa, "mas também com o ministro dos Negócios Estrangeiros, a sociedade civil e os cristãos".

 

"O objetivo é ter uma Síria estável, unidade territorial e que todos sejam reconhecidos como cidadãos com direitos e deveres iguais", disse o ministro, segundo o qual "as primeiras mensagens de Damasco são positivas", pelo que se deslocará à capital síria "para encorajar uma nova fase que sirva para estabilizar a situação interna".

No final da reunião de hoje do "quinteto" em Roma, Tajani indicou, na sua conta oficial na rede social X, que recebeu os "parceiros dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e União Europeia" para "fazer o ponto da situação sobre os últimos acontecimentos na Síria antes de partir para Damasco".

"Após os anos do regime, o povo sírio deve poder esperar um futuro de paz, estabilidade e prosperidade. A coordenação e a coesão entre as nossas diplomacias são elementos estratégicos para alcançar este objetivo comum", completou.

Questionado, à entrada para a reunião, sobre a possibilidade de a UE levantar as sanções impostas à Síria durante o regime de Bashar al-Assad -- tal como já defenderam Paris e Berlim -, Tajani manifestou-se favorável a que essa questão seja discutida, mas entre todos os Estados-membros, insistindo que os "sinais positivos" dados até agora pelo novo regime devem ser "encorajados".

"Temos de falar sobre o assunto. A situação na Síria mudou e, por isso, temos de ver se alteramos a posição da UE. As sanções são decididas em conjunto e esta é uma questão que tem de ser aberta, porque Assad já não está lá", afirmou.

A reunião de hoje em Roma visou reforçar a coordenação entre os países do "quinteto" para promover uma transição pacífica e inclusiva na Síria, tendo sido discutidos, segundo fontes diplomáticas, o trabalho do governo de transição, os desafios que se colocam à "conferência de diálogo nacional" anunciada pelas autoridades de facto, o apoio socioeconómico externo, questões de segurança, o regresso dos refugiados ao país e a forma de garantir a integração de todas as componentes da sociedade síria.

Após 13 anos de guerra, grupos armados liderados pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) tomaram a capital síria, Damasco, a 08 de dezembro e depuseram o presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.

O governo de transição está a pressionar para o levantamento das sanções internacionais contra o país, mas muitas capitais, incluindo Washington, afirmaram esperar para ver como as novas autoridades exercem o seu poder antes de levantarem as restrições.

Os Estados Unidos aliviaram na segunda-feira algumas restrições para permitir a entrada de ajuda humanitária, uma medida que, porém, não levanta as sanções à Síria, um país devastado por mais de uma década de guerra civil.

Leia Também: Governo italiano chama embaixador do Irão para falar de jornalista detida

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