As autoridades italianas vão investigar um 'incidente' num concerto dos Placebo, depois de, no passado dia 11 de julho, o vocalista da banda britânica ter insultado a primeira-ministra do país e considerado que era fascista e racista.
A notícia foi avançada pela agência de notícias ANSA, citada pela Associated Press, com a polícia no concerto a reportar comentários de "vilificação" durante a atuação dos Placebo no Sonic Park Festival, numa localidade perto de Turim.
A certo ponto no concerto, Brian Molko disse que Giorgia Meloni, a líder do partido de extrema-direita que governa a Itália, era um "pedaço de m****", fascista, racista", e outros impropérios em italiano. O momento foi espalhado pelas redes sociais, graças a vídeos gravados por telemóveis no recinto, e aplaudido pelos fãs.
During the Stupinigi Sonic Park, the Placebo lead singer Brian Molko calls PM Giorgia Meloni 'racist, fascist', concluding 'fuck you'.
— Crazy Ass Moments in Italian Politics 🇮🇹 (@CrazyItalianPol) July 12, 2023
July 11, 2023 pic.twitter.com/eqmJLcH4Qp
A investigação às declarações de Molko ainda não foi aberta. A banda não comentou o caso nem confirmou que o seu vocalista estava a ser investigado.
Na imprensa italiana, membros do Fratelli D'Italia, o partido com raízes nos movimentos neofascistas italianos que tomou posse no ano passado no topo do governo, com outros partidos conservadores, denunciaram as palavras de Brian Molko e exigiram um pedido de desculpas.
"Não podemos deixar que um evento internacional que atrai tanta gente seja arruinado por palavras nojentas, atacando as instituições da república", disse uma deputada do partido, Augusta Montaruli, à LaPress.
Desde que tomou posse como primeira-ministra, Meloni tem sido a figura principal de um executivo que tem vindo a apertar cada vez mais as entradas de refugiados na Europa e, mais recentemente, tem atacado vários direitos sociais de minorias de género e tem-se aliado a outros países com líderes ultraconservadores.
Já os Placebo, que passaram pelo EDP Vilar de Mouros em 2022, são uma das bandas mais importantes do rock alternativo e da música britânica dos anos 90, crescendo em popularidade durante a era do 'brit pop'. As suas letras abordam muitas vezes questões de género e de sexualidade, promovendo a inclusão e discutindo as dificuldades da comunidade queer.
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