"Desencadear uma agressão contra a Bielorrússia equivalerá a uma agressão contra a Federação Russa. Responderemos a isso com todos os meios à nossa disposição", prometeu Putin durante uma reunião do Conselho de Segurança.
Varsóvia decidiu reforçar a segurança no seu flanco oriental com duas unidades militares depois de mercenários do Grupo Wagner terem começado esta semana a patrulhar fronteira Bielorrússia-Polónia.
Na intervenção de hoje, o líder russo descreveu como um "jogo muito perigoso" os alegados planos da Polónia e da Lituânia de criar um agrupamento de forças regulares cujo objetivo seria ocupar o oeste da Ucrânia.
"A perspetiva é clara. Se as unidades polacas entrarem, por exemplo, em Lviv ou noutros territórios ucranianos, vão ficar lá. Para sempre", sublinhou Putin, que acusou o Governo polaco de querer formar "uma espécie de coligação e interferir diretamente no conflito na Ucrânia", para recapturar o que consideram "territórios históricos" no oeste da Ucrânia.
"E é sabido que eles também anseiam por territórios bielorrussos", acrescentou o líder russo, que acusou governantes de países do leste europeu de fazerem da "russofobia" um instrumento de política interna.
Como media de prevenção, Putin anunciou que instruiu Serguei Narishkin, chefe do Serviço de Espionagem Estrangeira (SVR), que também participou da reunião, a monitorizar de perto os desenvolvimentos na região.
Putin defendeu que a entrega de armas ocidentais a Kiev, para ajudar na sua contraofensiva, não teve quaisquer resultados.
"Os recursos colossais que foram injetados no regime de Kiev não estão a ajudar, nem as entregas de armas ocidentais, tanques, artilharia e mísseis", explicou o Presidente russo perante os conselheiros, numa reunião que foi transmitida pela televisão.
Para Putin, os aliados ocidentais de Kiev estão "claramente desapontados" com a contraofensiva ucraniana, que começou em 04 de junho, dizendo que esse esforço de guerra já matou milhares de soldados ucranianos.
Putin disse ainda que os arsenais da NATO começam a ficar esgotados, argumentando que a indústria de produção de armamento ocidental não permite abastecer rapidamente as linhas da frente do combate.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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