Devido aos combates, sobretudo na capital, Cartum, milhões de habitantes encontram-se retidos em casa e alguns sem acesso a água, sobretudo nos subúrbios de Cartum-Nord, tendo apenas eletricidade intermitente.
Segundo os moradores, os alimentos são escassos, pelo que um comité de bairro na capital lançou um "apelo urgente" à população no domingo.
"Devemos apoiar-nos uns aos outros, dar comida e dinheiro aos que estão ao ao nosso redor", escreveu o comité al-Danaqla.
Abbas Mohammed Babiker, morador de Cartum Norte, disse à AFP que a família teve de se limitar a uma refeição por dia.
"Com os combates já não há mercado e, de qualquer forma, já não temos dinheiro", acrescentou outro morador, Essam Abbas.
Os salários dos funcionários públicos, por exemplo, não são pagos desde março, noticia a AFP.
Desde 15 de abril, ataques aéreos do exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane e artilharia e drones das Forças de Apoio Rápido (FSR) do general Mohamed Hamdane Daglo provocarem 3.900 mortos, segundo um novo relatório da ONG Acled, e 3,3 milhões de deslocados e refugiados.
Antes da guerra, um em cada três sudaneses já passava fome e, atualmente, mais da metade dos 48 milhões de sudaneses precisam de ajuda humanitária para sobreviver.
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