Antony Blinken, que se encontra de visita à Nova Zelândia, insistiu que os dirigente de África sabem que o aumento dos custos dos alimentos e a escassez de cereais e fertilizantes resultam da guerra da Rússia na Ucrânia.
A cimeira Rússia-África, que se realiza hoje e sexta-feira, em São Petersburgo, conta com delegações de 49 países africanos e 17 chefes de Estado, nomeadamente o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
"Eles sabem exatamente quem é responsável pela situação atual", disse Blinken, referindo-se aos líderes africanos, alguns dos quais ofereceram apoio tácito a Moscovo ou recusaram-se a denunciar a invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Espero que a Rússia ouça claramente esta mensagem dos seus parceiros africanos", afirmou, citado pela agência de notícias France-Presse.
A crise dos cereais intensificou-se quando a Rússia abandonou um acordo que, desde o verão de 2022, permitia à Ucrânia exportar cereais através do mar Negro, incluindo para África, apesar do bloqueio russo aos portos ucranianos.
No espaço de um ano, este acordo permitiu que quase 33 milhões de toneladas de cereais saíssem dos portos ucranianos, ajudando a estabilizar os preços mundiais dos alimentos e a evitar o risco de escassez.
"Foi o equivalente a exportar 18 mil milhões de pães através do corredor que a Rússia fechou agora", comparou Blinken.
"Não se tratou apenas de uma retirada. O que é que eles fizeram desde que se retiraram? Bombardearam repetidamente o porto de Odessa, colocaram minas no mar Negro, ameaçaram expressamente a circulação da carga marítima. Penso que esta é uma mensagem muito clara", acrescentou.
Isolado na cena internacional desde o lançamento da ofensiva militar na Ucrânia, em 2022, o Presidente russo, Vladimir Putin, conta com o apoio, ou a neutralidade, de muitos países africanos.
Nos últimos dias, a Rússia tentou tranquilizar os parceiros africanos, dizendo que compreende as preocupações destes e assegurando estar pronta para exportar cereais "de forma gratuita" para os países que mais necessitam.
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