Israel defende que refugiados palestinianos não têm direito de regressar
O embaixador israelita junto das Nações Unidas, Gilad Erdan, defendeu hoje em Nova Iorque que os refugiados palestinianos "não têm o direito de regressar" à Palestina porque tal põe em perigo a existência do Estado de Israel.
© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
Mundo Israel
Numa das sessões regulares dedicadas à questão palestiniana e ao Médio Oriente no Conselho de Segurança da ONU, Erdan usou da palavra para criticar a forma como a organização multilateral trata a questão, bem como a atuação da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), que, sustentou, "perpetua o estatuto de refugiados".
Erdan afirmou que os palestinianos enfrentam todo o tipo de obstáculos para regularizar o seu estatuto administrativo ou laboral nos países árabes onde se encontram.
"São milhões, sobretudo no Líbano, na Síria e na Jordânia (...) porque, no fundo, alimentam a ideia de que um dia regressarão à Palestina", declarou.
"Mas vou ser claro: o direito de regresso não existe e vocês sabem-no", disse o representante diplomático aos membros do Conselho de Segurança.
E advertiu: "A exigência de regresso de milhões de descendentes de refugiados [equivale a] uma exigência para apagar o direito do povo judeu à autodeterminação, e isso nunca acontecerá".
No entanto, apesar de Erdan não o ter mencionado explicitamente, existe uma Lei do Retorno dos Judeus, emitida em 1950, pouco depois da criação do Estado judaico, que estabelece que qualquer judeu em qualquer parte do mundo tem o direito de emigrar para Israel e reclamar a cidadania.
Atualmente, existem 5,9 milhões de refugiados palestinianos contabilizados pela UNRWA, enquanto a população de Israel é de 9,17 milhões.
No terreno, militantes palestinianos afirmaram hoje ter disparado um foguete contra uma cidade israelita, tendo o exército confirmado que tinham sido encontrados restos do projétil no norte da Cisjordânia ocupada.
Num vídeo, um grupo que se autointitula Batalhão Ayyash, afirmou ter disparado um foguete contra Ram-On, uma cidade no norte de Israel, no norte da Cisjordânia.
Após a publicação do vídeo, o exército declarou ter localizado os restos de um foguete de fabrico caseiro perto da localidade de Silat al-Harithiya, a noroeste de Jenin, na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.
Não foram registados feridos ou danos.
O ataque com o foguete ocorreu no dia em que judeus assinalam o Tisha B'av, o dia em que, segundo a tradição, há milhares de anos, foram destruídos os dois templos judaicos no Monte do Templo, atualmente o local da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel.
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