Níger. UE condena firmemente golpe e alerta para consequências
A União Europeia (UE) condenou hoje "com a maior firmeza" o golpe de Estado no Níger, que considera um grave atentado à estabilidade e à democracia no país e alertou para consequências económicas para a cooperação com Bruxelas.
© Reuters
Mundo Níger
Num comunicado assinado pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, a UE, para além de condenar "com a maior firmeza" o golpe e alertou que "qualquer rutura da ordem institucional terá consequências na cooperação" com o Níger, "incluindo a suspensão imediata de todo o apoio orçamental".
Reiterando a posição já expressa pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) -- com quem se mantém em contacto - a UE sublinha que "este golpe de força constitui uma violação total dos princípios democráticos em que se baseia a gestão do poder político na região" e salienta apoiar os esforços em curso "para o regresso imediato à ordem constitucional".
O bloco europeu, num comunicado assinado pelo chefe da diplomacia apelou ainda a que a segurança e a liberdade de movimento do Presidente [Mohamed] Bazoum sejam assegurados sem condições.
O golpe começou na madrugada de quarta-feira, quando um grupo de membros da Guarda Presidencial - liderado por Oumar Tchaini desde 2011 - bloqueou as entradas do Palácio Presidencial. Nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, anunciaram a demissão de Bazoum - que continua detido - e a suspensão da Constituição, uma declaração "endossada" horas mais tarde pelo Estado-Maior do Exército.
Estas ações provocaram uma avalanche de condenações por parte da comunidade internacional - Nações Unidas, União Africana (UA), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Europeia (UE) e países como os Estados Unidos, Espanha e França - que apelaram à libertação de Bazoum e à preservação da ordem constitucional.
O Níger é um aliado fundamental de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a França, na luta contra o terrorismo e, até à data, tem conseguido evitar a instabilidade política que tem assolado outros países da região devido à insegurança causada pelo recrudescimento dos ataques da Al-Qaida, do Estado Islâmico e do Boko Haram.
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