O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, afirmou que mais de 100 mercenários do Grupo Wagner se deslocaram para o Suwałki Gap, uma faixa estratégica do território polaco situada entre a Bielorrússia e o enclave russo de Kaliningrado.
Em declarações numa conferência de imprensa durante a sua visita à fábrica militar de Bumar-Łabędy, no sul da Polónia, Morawiecki referiu, citado pela Reuters, que, nos últimos dois anos, a Polónia tem sofrido um ataque híbrido permanente na sua fronteira oriental com a Bielorrússia.
Só este ano, houve cerca de 16 mil tentativas de atravessar a fronteira por parte de imigrantes ilegais, que foram "empurrados para a Polónia" pelas forças russas e bielorrussas.
"Agora a situação torna-se ainda mais perigosa. Temos informações de que mais de 100 mercenários do Grupo Wagner se deslocaram em direção ao fosso de Suwałki, perto de Grodno, na Bielorrússia", afirmou o primeiro-ministro polaco.
De acordo com Morawiecki, "este é certamente um passo para um novo ataque híbrido em território polaco".
"Provavelmente estarão disfarçados de guardas fronteiriços bielorrussos e ajudarão os imigrantes ilegais a entrar em território polaco, desestabilizando a Polónia, mas também tentarão provavelmente infiltrar-se na Polónia fingindo ser imigrantes ilegais, o que cria riscos adicionais", explicou ainda.
Já em 2021, a Polónia registou um aumento da pressão migratória na sua fronteira com a Bielorrússia, com milhares de migrantes a tentarem entrar no país. A Varsóvia atribuiu a crise ao governo bielorrusso, afirmando que este estava a atrair migrantes do Médio Oriente e de África com a falsa promessa de acesso fácil à UE.
De acordo com as autoridades polacas, o ataque híbrido da Bielorrússia foi preparado em conjunto com os serviços secretos russos.
Leia Também: Ameaça do Wagner levará Polónia e Lituânia a fechar fronteira com Minsk