"Ele vai ser processado por incitação à insurreição, associação criminosa, atentado contra a segurança do Estado, formação de quadrilha contra a autoridade do Estado, atos e manobras para comprometer a segurança pública e criar graves distúrbios políticos, associação criminosa e roubo de um telemóvel", informou Abdou Karim Diop, procurador de Dakar.
O anúncio das acusações contra Sonko surge depois de este ter sido detido, na sexta-feira, por alegadamente ter "roubado violentamente um telemóvel a um polícia cujo veículo avariou perto da sua casa", tendo de seguida feito um "apelo subversivo" à população nas redes sociais.
Segundo a versão de Sonko, divulgada nas suas redes sociais, o incidente ocorreu com agentes dos serviços de informações que ele alega estarem colocados à volta da sua casa 24 horas por dia.
Sonko explicou que os agentes começaram a gravar imagens, pelo que retirou-lhes o telemóvel, pedindo "à pessoa que estava a gravar para o desbloquear e apagar as imagens que captou, o que ele se recusou a fazer".
Diop explicou hoje que o alegado furto do telemóvel de um polícia "foi apenas um dos pretextos para a sua detenção, que era iminente" e que o político se encontra agora sob custódia policial, para comparecer perante o Ministério Público em breve.
Após a sua detenção na sexta-feira, a capital e algumas cidades do país viveram momentos de confronto entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus e organizaram barricadas em protesto.
Em junho passado, um tribunal condenou Sonko a dois anos de prisão pelo crime de corrupção juvenil (aplicável quando jovens entre 18 e 21 anos são abusados, de acordo com o Código Penal senegalês), sentença que gerou violentos protestos que provocaram pelo menos 16 mortos, segundo o Governo - número que a Amnistia Internacional estima em 23.
Em março, Sonko foi condenado a dois meses de prisão suspensa por difamação, após ser processado pela ministra do Turismo do país, Mame Mbaye Niang.
Sonko acusa o sistema judicial de estar a instrumentalizar este processo, sob instruções do Presidente senegalês, Macky Sall, para impedi-lo de concorrer às próximas eleições, marcadas para 2024.
Conhecido pelas suas ideias antissistema, Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês, tendo angariado muitos apoiantes entre os jovens senegaleses.
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