Analisando as contas da pegada ecológica e a capacidade biológica (de gerar recursos) de mais de 180 países, a organização assinala este dia como o Dia da Sobrecarga do Planeta (Overshoot Day), em que a necessidade de recursos ambientais por parte da humanidade excede a capacidade do planeta em os produzir.
Nos últimos anos tem havido uma tendência de estabilização do dia em que o planeta começa a viver a crédito. A organização nota que há um aparente ganho (avanço na data) de cinco dias em relação ao ano passado mas acrescenta que na verdade do ano passado para este ano só se melhorou um dia. Os outros quatro dias devem-se a melhorias na edição das contas sobre a pegada do planeta.
Os responsáveis pelos cálculos admitem não poder dizer se a estabilidade dos últimos cinco anos se deve a um abrandamento económico ou a esforços deliberados de descarbonização. Mas alertam que mesmo assim a redução do excesso de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) é demasiado lenta, e que para atingir os objetivos preconizados por organizações da ONU era preciso reduzir no calendário o Dia da Superação da Terra em 19 dias por ano nos próximos sete anos.
Este ano, o Dia é assinalado em conjunto com a Eslovénia. Citado num comunicado o diretor executivo da "Global Footprint Network", Steven Tebbe, alerta para o facto de que manter de forma persistente o uso do "cartão de crédito" leva a situações cada vez mais notórias de ondas de calor, incêndios florestais, secas e inundações.
Aumentar as fontes globais de eletricidade de baixo teor de carbono, de 39% para 75%, faria com que o dia passasse a ser assinalado 26 dias depois, e reduzir para metade o desperdício de alimentos faria avançar mais 13 dias.
Num comentário ao Dia da Sobrecarga do Planeta a organização ambientalista Zero apela a uma aceleração das mudanças para se inverter a destruição do planeta. E salienta ainda outras formas de "empurrar" para mais tarde a data do cartão de crédito: a redução para metade da pegada de carbono faria com o dia da sobrecarga apenas acontecesse no início de novembro.
Depois, salienta ainda a Zero, se as pessoas reduzissem a pegada ligada à mobilidade em 50% o cartão de crédito ambiental ia para a segunda semana deste mês. E só seria acionado no dia 19 se o consumo de carne fosse reduzido para metade.
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