Mike Pence condena ações de Trump após eleições presidenciais de 2020

O antigo vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence condenou na terça-feira as ações do ex-presidente Donald Trump, que horas antes tinha sido acusado de tentar inverter o resultado das eleições presidenciais de 2020.

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Lusa
02/08/2023 06:21 ‧ 02/08/2023 por Lusa

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Num comunicado, Pence disse que as acusações servem como um aviso importante de que "qualquer pessoa que se coloque acima da Constituição nunca deve ser presidente dos Estados Unidos".

Pence acusou no comunicado o ex-presidente de lhe ter exigido, durante o assalto ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021, que escolhesse entre Trump e a Constituição.

"O nosso país é mais importante do que uma pessoa. A nossa constituição é mais importante do que a carreira de qualquer pessoa", disse o antigo vice-presidente.

A acusação tornada pública pelo Departamento de Justiça lista várias conversas entre Trump e Pence nas quais o então ainda Presidente tentou persuadir o seu vice-presidente a atrasar a certificação da eleição de 2020 ou a rejeitar os eleitores presidenciais nomeados pelos estados norte-americanos.

Numa chamada telefónica, a 01 de janeiro de 2021, Trump disse a Pence: "Você é honesto demais". "Você sabe que eu acho que não tenho autoridade para mudar o resultado", respondeu Pence.

Trump e os seus aliados primeiro tentaram convencer Pence a rejeitar ou a não contar votos legítimos dos eleitores presidenciais durante a certificação marcada para 06 de janeiro de 2021, de acordo com a acusação.

Quando isso falhou, Trump mentiu a uma multidão de apoiantes reunidos em Washington, na manhã do assalto ao Capitólio, que Pence tinha o poder de interferir nos resultados das eleições e encaminhou-os ao Capitólio para obstruírem a certificação do voto e pressionarem Pence, diz a acusação.

O assalto ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021 obrigou Pence a esconder-se enquanto alguns na multidão gritavam "Enforquem Mike Pence!".

Pence é um dos candidatos às primárias republicanas para as eleições de 2024, para as quais o principal favorito continua a ser Trump, de acordo com as mais recentes sondagens.

O governador da Florida, Ron DeSantis, o maior rival de Trump, não defendeu o antigo presidente, mas prometeu, na rede social X (antigo Twitter), "acabar com a captura do governo, substituir o diretor do FBI e garantir um padrão único de justiça para todos os norte americanos".

Outro candidato republicado, o empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy, defendeu que Trump "não é a verdadeira causa do que aconteceu em 06 de janeiro" de 2021 e justificou o assalto ao Capitólio com a "censura sistemática e generalizada dos cidadãos".

O antigo congressista do Texas, Will Hurd, e o ex-governador do Arkansas, Asa Hutchinson, dois dos maiores críticos republicanos de Trump, defenderam que o empresário não deveria ser o próximo presidente dos Estados Unidos.

A "negação de Trump dos resultados das eleições de 2020 e ações em 06 de janeiro [de 2021] mostram que ele não está apto para o cargo", disse Hurd na rede social X.

Trump "é moralmente responsável pelo ataque à nossa democracia" e deveria abandonar a sua campanha presidencial "pelo bem do país", disse Hutchinson, em comunicado.

Leia Também: Advogado de Trump considera acusação "ataque à liberdade de expressão"

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