A forte onda de calor que se faz sentir no Mediterrâneo está a provocar graves fogos florestais em países como Itália, Grécia, Argélia e Tunísia, mas a América do Sul também está a passar por um inverno particularmente quente. Na Argentina, o início de agosto já é o mais quente alguma vez registado, em 117 anos de dados disponíveis.
Segundo os dados do serviço meteorológico argentino, citados pela Associated Press, as temperaturas na terça-feira chegaram aos 30,1 graus celsius mais uma vez, batendo o recorde de 1942 para arranque de agosto mais quente de sempre - sendo que o anterior recorde era de 24,6 ºC.
O serviço também referiu que foi a primeira vez desde 2014 que o hemisfério sul ultrapassa os 30 graus Celsius durante o inverno.
"Estamos a registar condições muito quentes nas regiões centro e norte de Argentina. Há valores que são 10 ou 15 graus mais elevados do que o normal nesta altura do ano", explicou Cindy Fernández, porta-voz do Servicio Meteorológico Nacional.
A temperatura mediana da capital, Buenos Aires, costuma fixar-se em agosto em torno dos 18 graus de máxima, e nos 9 graus de mínima. Mas todo o país está a passar por inverno invulgarmente quente - o ponto mais quente da Argentina foi a aldeia de Rivadavia, na província de Salta, no norte do país, onde foram registados 37,2 graus Celsius durante a tarde.
¡En CABA superamos los 30°C!
— SMN Argentina (@SMN_Argentina) August 1, 2023
Es el comienzo de agosto más cálido en 117 años de datos. El anterior era el 1° de agosto de 1942, que tuvo 24,6 °C.
Además, desde el 21/8/2014 no superábamos la barrera de los 30 durante el invierno. ️
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"O número de eventos frios que tivemos este inverno foram mais curtos, parcos, e as poucas ondas de frio que tivemos duraram um período de tempo muito curto", acrescentou Fernández.
Espera-se que as temperaturas caiam um pouco esta quarta-feira, mas o norte do país deverá continuar bastante quente durante a semana, com temperaturas superiores a 30 graus todos os dias.
As mudanças no clima da Argentina surgem num contexto de crise climática em todo o mundo, com as alterações climáticas, provocadas pela ação humana, a resultarem em fenómenos climatéricos extremos mais frequentes e intensos. Um exemplo desta instabilidade climática é Itália que, em julho, assistiu a fogos florestais destrutivos na Sicília, enquanto que o norte do país registou inundações e fortes quedas de granizo.
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