A reunião, de caráter urgente, foi anunciada hoje de manhã pelo gabinete de Morawiecki e foi convocada devido às "atividades do Grupo Wagner e outras ações de guerra híbrida" e para "trocar informações" sobre a situação na Bielorrússia.
O primeiro-ministro polaco afirmou que o grupo russo de mercenários Wagner, que se encontra num acampamento na Bielorrússia, "pode realizar ações de sabotagem" em território polaco.
"Todos aqueles que subestimarem esta ameaça serão responsáveis pelas suas futuras provocações", alertou Mateusz Morawiecki, assegurando ainda que perante tais ações a Polónia vai "reagir de forma adequada".
O governante polaco recordou o incidente ocorrido na passada terça-feira - quando dois helicópteros militares bielorrussos entraram no espaço aéreo polaco - e descreveu a situação como "mais um passo na cadeia de provocações para desestabilizar o flanco oriental da NATO" por parte de Minsk.
Morawiecki referiu-se ainda à crise na fronteira com a Bielorrússia ocorrida em 2021 e 2022, recordando "os milhares e milhares de falsos migrantes que foram levados pela Bielorrússia para a [fronteira com a] Polónia e entre os quais havia agentes que planeavam sabotagens".
O líder polaco afirmou que o seu país "está há anos a lidar com ataques híbridos".
Já o Presidente Gitanas Nauseda manifestou a determinação da Lituânia para "continuar a cooperar estreitamente" com a Polónia e com os outros aliados da NATO para manter a segurança das fronteiras da Aliança Atlântica.
O chefe de Estado lituano assegurou que, segundo informações que recolheu, poderão existir "mais de 4.000" mercenários do Grupo Wagner na Bielorrússia.
O local onde os dois líderes se encontraram é o chamado "corredor Suwalki", uma faixa de terreno com pouco menos de cem quilómetros que separa a Polónia da Lituânia, de grande importância estratégica, pois fica próxima ao enclave russo de Kaliningrado.
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