O proprietário de terrenos agrícolas rurais foi detido em Santarém, município no qual o Presidente irá iniciar uma visita ao Pará, que termina na quarta-feira, com a participação na Cimeira da Amazónia, que junta na capital do estado, Belém, representantes e chefes de Estado dos oito países que têm o bioma nos seus territórios.
Num comunicado, a Polícia Federal disse que o homem, identificado como André Luiz Teixeira da Silva, foi detido na tarde de quinta-feira, após fazer ameaças na quarta-feira, que levaram duas testemunhas a apresentar uma queixa.
A polícia disse que, enquanto estava num bar em Santarém, "o homem teria dito que iria disparar contra o estômago do Presidente e perguntado aos presentes se sabiam onde [Lula da Silva] iria ficar durante a sua visita ao município".
O comunicado referiu que, após ser detido, o suspeito confessou ter participado no ataque às sedes dos três poderes, em Brasília, a 08 de janeiro, em que milhares de apoiantes do antigo Presidente Jair Bolsonaro tentaram um golpe de Estado.
O homem terá também dado uma contribuição diária de mil reais (185 euros) e participado, durante 60 dias, num acampamento em frente a um quartel militar em Santarém, que exigia a intervenção do exército para impedir que Lula da Silva assumisse a presidência.
"O suspeito pode responder pelos crimes de ameaça e incitação e preparação de ataque contra autoridade por motivos políticos", disse a Polícia Federal.
De acordo com a imprensa brasileira, o fazendeiro está também a ser investigado pela alegada invasão de terras públicas e desflorestação na Amazónia.
Após a detenção, o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil lamentou haver "pessoas que ameaçam matar ou agredir fisicamente as autoridades dos poderes da República".
"Isso não é 'liberdade de expressão' e a Polícia Federal seguirá aplicando a lei contra criminosos", afirmou Flávio Dino na rede social X (antigo Twitter).
"Renovo os apelos para que as pessoas protestem pacificamente e esperem a eleição de 2026", acrescentou o governante.
Leia Também: Brasil com maior redução de sempre de desmatamento na Amazónia em julho