Lituânia poderá fechar fronteira com Bielorrússia devido a Grupo Wagner
A Lituânia poderá encerrar em breve a fronteira com a Bielorrússia devido à presença dos mercenários do Grupo Wagner no país vizinho, admitiu hoje o presidente da Comissão de Segurança e Defesa do Parlamento lituano.
© REUTERS/Carlos Osorio/File Photo
Mundo Mateusz Morawiecki
"<span class="news_bold">O encerramento de alguns pontos é apenas uma questão de tempo até ao encerramento total da fronteira. Vai ser definitivamente feito", disse Laurynas Kaschyunas na televisão estatal.
O encerramento da fronteira foi discutido entre o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, e o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, durante uma reunião realizada na quinta-feira na cidade polaca de Suwalki.
A reunião foi convocada de urgência devido às "atividades do Grupo Wagner e outras ações de guerra híbrida", e para trocar informações sobre a situação na Bielorrússia, disse o gabinete de Morawiecki na quinta-feira.
Os dirigentes dos dois países consideraram que a presença dos mercenários do grupo russo na Bielorrússia constitui, por si só, um aumento da tensão no flanco oriental da NATO, a que pertencem Lituânia e Polónia.
O primeiro-ministro polaco admitiu que o Grupo Wagner poderá "realizar ações de sabotagem" em território da Polónia, enquanto o líder lituano disse que poderão já estar na Bielorrússia mais de quatro mil mercenários do Grupo Wagner.
O Grupo Wagner deslocou efetivos para a Bielorrússia, país que apoia Moscovo na guerra contra Kiev, depois de uma revolta contra as chefias militares russas em junho, por um alegado boicote ao seu envolvimento nos combates na Ucrânia.
O local onde os dois líderes se encontraram é o chamado "corredor Suwalki", uma pequena faixa de terreno que separa a Polónia da Lituânia de grande importância estratégica por ficar próxima do enclave russo de Kaliningrado.
Ao comentar hoje o encontro, o deputado lituano Laurynas Kaschyunas admitiu que a Polónia poderá também tomar medidas em relação à fronteira, apesar de já ter feito uma "demonstração de força" enviando mais tropas.
"Todo o plano está pronto, todos os preparativos foram executados. A dada altura, o nosso exército também irá participar", afirmou Kaschyunas, citado pela agência espanhola Europa Press.
A reunião dos dirigentes lituano e polaco seguiu-se também ao início dos exercícios militares russos "Ocean Shield 2023" no Mar Báltico, uma zona delimitada sobretudo por países da NATO que Moscovo encara como uma ameaça existencial.
O Ministério da Defesa russo disse na quarta-feira que as manobras preveem cerca de 200 exercícios com "mais de 30 navios e embarcações de combate, 20 navios de abastecimento, 30 aeronaves (...) e cerca de 6.000 militares".
O objetivo é "verificar a capacidade da frota militar para defender os interesses nacionais da Rússia" numa área "operacionalmente importante", acrescentou na altura.
Os países com costa no Mar Báltico incluem sete membros da NATO (Alemanha, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia e Polónia) e a Suécia, que aguarda a entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte.
A Ucrânia tem contado com o apoio financeiro e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Leia Também: Lukashenko descarta ataque do grupo Wagner à Polónia desde a Bielorrússia
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com