Republicano Chris Christie defende ajuda norte-americana em visita a Kyiv

O ex-governador de Nova Jersey, EUA, e candidato Republicano à Casa Branca Chris Christie está de visita à Ucrânia, em vésperas da campanha para as primárias do partido, onde garantiu que irá apoiar a ajuda militar a Kyiv.

Notícia

© Ukrainian Presidential Press Service/Handout via REUTERS

Lusa
04/08/2023 19:30 ‧ 04/08/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Eu sinto a crueldade e vocês sentem a desumanidade", disse Christie, durante a viagem, que incluiu paragens nas aldeias de Bucha e Moshchun, ambas nos arredores de Kyiv.

Durante a visita, Christie colocou flores no Memorial em Bucha, onde havia uma vala comum de civis, e rezou pelos voluntários ucranianos que foram mortos por tropas russas no início da guerra em Moshchun.

O ex-governador disse que o Presidente ucraniano falou sobre o seu desejo de ter apoio dos dois partidos nos EUA para a Ucrânia, mas não comentou a corrida presidencial norte-americana.

"Ele elogiou muito o Presidente Joe Biden, algumas das coisas que ele defendeu, mas também deixou claro que achava que havia mais coisas a serem feitas", explicou Christie, que poderá vir a enfrentar o líder norte-americano nas eleições presidenciais de 2024, se for escolhido nas primárias do seu Partido Republicano.

Christie tem sido uma das vozes críticas sobre a forma como Biden tem apoiado a Ucrânia, depois de o Governo norte-americano ter dado mais de 40 mil milhões de euros em ajuda militar a Kyiv, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Hoje, o candidato Republicano disse que "a América precisa de se levantar para trabalhar com os aliados, com os ucranianos, para lhes dar os meios necessários para que possam assegurar a sua liberdade".

Contudo, em julho, durante um comício, Christie dissera que o conflito na Ucrânia era "uma guerra por procuração entre os Estados Unidos e a China, argumentando que os ucranianos "não querem homens e mulheres americanos na Ucrânia" e dizendo que Kyiv está mais interessado em ter apoio logístico e tecnológico.

Ainda assim, a posição de Christie contrasta com a do ex-Presidente Donald Trump, atual favorito nas sondagens das primárias do partido, que pediu aos Republicanos do Congresso que suspendam todo o apoio militar à Ucrânia até que o Governo de Biden coopere com as suas investigações sobre os negócios do atual Presidente e do seu filho Hunter Biden.

Por outro lado, Trump prometeu que conseguiria colocar um fim à guerra na Ucrânia, rapidamente, se chegar de novo à Casa Branca.

Numa entrevista ao jornal The Washington Post, quando já estava na Ucrânia, Christie disse esperar que os eleitores Republicanos tenham começado a reconsiderar qual dos candidatos do seu partido terá capacidade para lidar "com as questões realmente complicadas que o próximo Presidente terá de lidar", incluindo a guerra na Europa de Leste.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Comissão Eleitoral russa sugere que Putin se recandidatará em 2024

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