HRW denuncia detenções de críticos do Govenrio da Tanzânia

A ONG internacional de defesa dos direitos humanos Human Right Watch (HRW) denunciou hoje o governo da Tanzânia por estar a deter opositores e instou-o a respeitar a liberdade de expressão e o direito ao protesto.

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Lusa
07/08/2023 11:51 ‧ 07/08/2023 por Lusa

Mundo

Tanzânia

A Human Rights Watch disse que 22 pessoas foram detidas desde junho por terem criticado a decisão do executivo tanzaniano de atribuir a gestão dos portos da Tanzânia a uma empresa estrangeira de logística.

O acordo portuário foi aprovado pelo parlamento da Tanzânia a 10 de junho, desencadeando protestos e várias pessoas foram detidas.

Um político da oposição, Mdude Nyagali, um dos críticos ativos do plano de entregar o controlo dos portos do país a uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, foi também detido depois de ter criticado o acordo numa conferência de imprensa.

"A repressão do governo tanzaniano aos seus críticos é um sinal preocupante da sua baixa tolerância para com opiniões dissidentes", disse Oryem Nyeko, investigador da Human Rights Watch na Tanzânia, num comunicado emitido hoje.

A Tanzânia fez algumas reformas desde a morte, em 2021, do presidente autocrático John Magufuli, que reprimiu os críticos e introduziu leis draconianas.

A atual presidente Samia Suluhu Hassan, que está cumprindo o mandato de Magufuli, foi acusada de continuar as políticas antidemocráticas do seu antecessor, mas foi elogiada em 2022 por suspender a proibição de quatro jornais que haviam sido proibidos pelo ex-líder.

A Human Rights Watch disse que o novo governo deve rever as leis repressivas aprovadas durante a administração de Magufuli.

"O governo de Hassan fez progressos importantes em matéria de direitos e, em vez de voltar à posição do governo anterior, deve conter esta maré de repressão", disse Nyeko.

O governo afirma que o acordo sobre os portos irá aumentar a eficiência e as receitas.

Hassan considerou-o "uma rara oportunidade" para expandir a economia.

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