A Human Rights Watch disse que 22 pessoas foram detidas desde junho por terem criticado a decisão do executivo tanzaniano de atribuir a gestão dos portos da Tanzânia a uma empresa estrangeira de logística.
O acordo portuário foi aprovado pelo parlamento da Tanzânia a 10 de junho, desencadeando protestos e várias pessoas foram detidas.
Um político da oposição, Mdude Nyagali, um dos críticos ativos do plano de entregar o controlo dos portos do país a uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, foi também detido depois de ter criticado o acordo numa conferência de imprensa.
"A repressão do governo tanzaniano aos seus críticos é um sinal preocupante da sua baixa tolerância para com opiniões dissidentes", disse Oryem Nyeko, investigador da Human Rights Watch na Tanzânia, num comunicado emitido hoje.
A Tanzânia fez algumas reformas desde a morte, em 2021, do presidente autocrático John Magufuli, que reprimiu os críticos e introduziu leis draconianas.
A atual presidente Samia Suluhu Hassan, que está cumprindo o mandato de Magufuli, foi acusada de continuar as políticas antidemocráticas do seu antecessor, mas foi elogiada em 2022 por suspender a proibição de quatro jornais que haviam sido proibidos pelo ex-líder.
A Human Rights Watch disse que o novo governo deve rever as leis repressivas aprovadas durante a administração de Magufuli.
"O governo de Hassan fez progressos importantes em matéria de direitos e, em vez de voltar à posição do governo anterior, deve conter esta maré de repressão", disse Nyeko.
O governo afirma que o acordo sobre os portos irá aumentar a eficiência e as receitas.
Hassan considerou-o "uma rara oportunidade" para expandir a economia.
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