"Hoje cumprem-se 15 anos desde a guerra entre a Rússia e a Geórgia. O compromisso a UE com a resolução pacífica do conflito na Geórgia permanece forte como sempre", indicou a diplomacia europeia em comunicado.
A UE manifesta o seu compromisso em prosseguir os esforços de estabilização e resolução do conflito e reitera o seu firme apoio à independência, soberania e integridade territorial da Geórgia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas".
Bruxelas também condena a presença militar russa nas duas regiões separatistas, insistindo que implicam uma violação do direito internacional e os compromissos de Moscovo no acordo que pôs termo ao conflito em agosto de 2008, com mediação da UE.
"As comunidades locais continuam a registar problemas humanitários e violações dos direitos humanos, como as restrições à liberdade de circulação e detenções ilegais. Persistem os obstáculos para que os deslocados internos e os refugiados regressem aos seus locais de origem", assinala a diplomacia europeia.
O comunicado apela para uma solução sustentada para as comunidades deslocadas e para a participação construtiva de todas as partes nas discussões destinadas a aplicar o acordo de agosto de 2008.
Num texto nas redes sociais, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sustenta que, passados 15 anos da invasão russa, "o apoio da UE à integridade territorial e à soberania da Geórgia permanece firme".
"Estamos com o valente povo da Geórgia, que escolheu um caminho favorável à UE e à NATO", indicou.
A guerra russo-georgiana opôs em agosto de 2008 a Geórgia à sua província separatista da Ossétia do Sul e à Rússia, e alastrou à Abkházia, outra província separatista georgiana.
Este segundo conflito foi desencadeado após o então Presidente da Geórgia, Mikheil Saakachvili, ordenar um assalto do exército georgiano à região separatista e que provocou pelo menos 12 mortos entre as forças de manutenção da paz da Comunidade e Estados Independentes (CEI) -- uma organização intergovernamental que integra nove das 15 ex-repúblicas soviéticas com predomínio russo -- e cerca de 1.600 vítimas civis.
A Rússia, então com Dmitri Medvedev na presidência, interveio militarmente sob o pretexto de proteger a população osseta, a maioria com passaporte russo, e promoveu um avanço rápido e decisivo que implicou novas deslocações de populações.
Em 16 de agosto foi assinado um cessar-fogo sem resolução o conflito, e dez dias depois a Rússia decide reconhecer oficialmente as autoproclamadas independências da Ossétia do Sul e da Abkházia.
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