Putin autoriza Guarda Nacional russa a obter armas pesadas

O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou a Guarda Nacional (Rosgvardia) a adquirir armas pesadas na sequência do motim do Grupo Wagner em junho, disse hoje o Ministério da Defesa britânico.

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Lusa
08/08/2023 10:43 ‧ 08/08/2023 por Lusa

Mundo

Rússia

A medida, formalizada por decreto presidencial em 04 de agosto, poderá indicar que o Governo russo pretende transformar a Rosgvardia numa das "principais organizações para garantir a segurança do regime", considerou o ministério.

Num relatório sobre a guerra na Ucrânia, citado pela agência espanhola Europa Press, os serviços secretos britânicos referiram que a Rosgvardia "é composta por cerca de 200.000 soldados e a sua forma moderna data de 2016".

A Guarda Nacional é uma organização de segurança separada das Forças Armadas da Federação Russa e responde diretamente a Putin.

"É dirigida por Viktor Zolotov, um antigo guarda-costas de Putin. A decisão de reforçar a força surge na sequência do abortado motim do [Grupo] Wagner em junho", segundo o relatório diário divulgado nas redes sociais.

O grupo paramilitar privado liderado por Yevgeny Prigozhin esteve muito ativo na guerra contra a Ucrânia até junho, quando realizou uma alegada revolta contra as chefias militares russas.

"Apesar das garantias dadas por Zolotov de que as suas forças tiveram um excelente desempenho durante o motim, não há provas de que tenham sido tomadas medidas eficazes contra o Grupo Wagner", declarou o Ministério da Defesa.

Milhares de mercenários liderados por Prigozhin, um aliado de Putin, foram depois deslocados para a vizinha Bielorrússia, o que levou a Polónia e os países do Báltico a alertar para possíveis ações de sabotagem nas fronteiras da UE e da NATO.

A Polónia anunciou na segunda-feira o reforço das forças de segurança na fronteira com a Bielorrússia devido ao aumento da tensão após vários incidentes, incluindo uma nova vaga de migração que disse ser orquestrada por Minsk e Moscovo.

Varsóvia acusa a Rússia e a Bielorrússia de usarem migrantes e refugiados do Médio Oriente e do norte de África para desestabilizar a Polónia e outros países da UE, considerando tratar-se de uma forma de "guerra híbrida".

Além de integrarem a União Europeia, Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia pertencem à Organização do Tratado do Atlântico Norte.

A Bielorrússia, de Alexander Lukashenko, apoia a guerra da Rússia contra a Ucrânia, desencadeada pela invasão lançada por Moscovo em 24 de fevereiro e 2022.

Leia Também: Putin ordena aumento da produção dos drones russos 'Kub' e 'Lancet'

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