"Os cortes de energia prolongados deixaram as morgues da cidade (Cartum) sem refrigeração, provocando a decomposição dos cadáveres pelo calor, aumentando o risco de surtos de doenças graves na cidade", declarou a ONG em comunicado.
Segundo a organização, há "milhares de cadáveres" a decompor-se nas ruas de Cartum, uma vez que não podem ser levados para as morgues por causa dos "cortes de energia e pela capacidade insuficiente para armazenar corpos".
A organização manifestou preocupação com o surto de cólera na capital sudanesa, devido a "uma combinação horrível" de um número crescente de cadáveres, uma grave escassez de água, bem como a falta de serviços de higiene e saneamento.
O diretor do departamento de saúde e nutrição da Save the Children, Bashir Kamalaldin Hamid, sublinhou que "o sistema de saúde no Sudão está por um fio".
"A incapacidade de proporcionar um enterro digno aos que morreram é outro elemento do sofrimento para as famílias em Cartum", afirmou.
O Sudão vive mergulhado num conflito desde 15 de abril, depois de o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) se ter rebelado contra o exército e, até agora, a guerra causou entre 1.000 e 3.000 mortos, de acordo com várias estimativas, e obrigou quase quatro milhões de pessoas a deslocarem-se dentro e para fora do país.
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