O Kremlin está a reforçar o controlo sobre a narrativa histórica nas escolas do ensino secundário após ter lançado um novo livro de história que elogia a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Os ministros russos anunciaram o novo livro escolar numa conferência de imprensa, esta quarta-feira, com o assessor presidencial, Vladimir Medinsky, a referir que apresenta "o ponto de vista do Estado" aos adolescentes russos.
O ministro da Educação da Rússia, Sergei Kravtsov, afirmou ainda, citado pelo The Guardian, ao apresentar o livro destinado aos alunos do 11.º ano, que o conteúdo "transmitirá os objetivos [da ofensiva na Ucrânia] aos alunos".
"As tarefas de desmilitarização e desnazificação, para que os alunos se convençam de que este é realmente o caso", sublinhou, repetindo os objetivos declarados pelo presidente Vladimir Putin quando enviou tropas para a Ucrânia.
O livro estará disponível a partir de 1 de setembro e foi escrito em "pouco menos de cinco meses", adiantou Medinsky. "Nenhum livro jamais foi criado no nosso país em tão pouco tempo", notou.
"Após o fim da operação militar especial [na Ucrânia], após nossa vitória, complementaremos ainda mais este livro", apontou o ministro da Educação russo.
O livro apresenta na capa a ponte russa que liga a anexada Crimeia ao continente - um símbolo do governo de Putin que foi atacado várias vezes durante o conflito - e abrange o período entre 1945 e o século XXI.
Inclui secções sobre soldados russos "a salvar a paz" em 2014, quando Moscovo anexou a península da Crimeia da Ucrânia e também denuncia as sanções ocidentais, descrevendo-as como piores do que Napoleão Bonaparte, que marchou sobre a Rússia em 1812.
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