"Existem planos para criar regularmente a chamada ligação polaco-ucraniana, supostamente para garantir a segurança da Ucrânia Ocidental, mas, na realidade, para a ocupação subsequente deste território", afirmou o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.
Ao apresentar um relatório sobre a segurança nas fronteiras da União Nacional (Rússia e Bielorrússia) durante uma reunião no ministério, Shoigu disse que a Polónia se tornou o "principal instrumento da política antirrussa dos Estados Unidos".
Shoigu acusou também a Polónia de pretender formar o "exército mais poderoso da Europa", tendo para o efeito começado a comprar armas a países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Coreia do Sul.
As compras incluem "tanques, sistemas de artilharia, sistemas de defesa aérea, defesa antimíssil e aviões de combate", disse o ministro, segundo as agências russas TASS e Ria Novosti.
A guerra na Ucrânia iniciada por Moscovo em 24 de fevereiro de 2022 levou ao reforço da segurança no flanco oriental da NATO e aos pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica.
Shoigu considerou como "um grave fator de desestabilização a adesão da Finlândia à NATO e, no futuro, da Suécia", que já duplicou a fronteira terrestre da Rússia com a Aliança Atlântica.
"É provável que os contingentes militares da NATO e as armas capazes de atingir alvos críticos no noroeste da Rússia sejam instalados em território finlandês", alertou, citado pela agência espanhola EFE.
Shoigu disse que os países da Europa de Leste estacionaram nas fronteiras russa e bielorrussa "cerca de 360 mil soldados, oito mil veículos blindados, seis mil peças de artilharia e morteiros, e 650 aviões e helicópteros".
Um desses países é a Polónia, que anunciou hoje o envio de mais dois mil soldados para a fronteira com a Bielorrússia, o que irá duplicar a força militar polaca na região.
Ao mesmo tempo, segundo Shoigu, a presença de forças de outros países da NATO aumentou 2,5 vezes desde o início da guerra, para mais de 30 mil soldados.
Disse também que o fornecimento de uma "quantidade considerável" de armamento à Ucrânia pelos aliados ocidentais cria "sérios riscos" de uma escalada do conflito.
"Desde fevereiro do ano passado, a Ucrânia recebeu centenas de tanques, mais de quatro mil veículos blindados, mais de 100 mil peças de artilharia e dezenas de lançadores múltiplos ou sistemas de defesa antiaérea", disse.
Segundo o ministro da Defesa russo, a ajuda militar ocidental a Kyiv ultrapassou os 160 mil milhões de dólares (145,7 mil milhões de euros ao câmbio atual).
Shoigu acusou ainda Washington de cometer "um novo crime ao incluir bombas de fragmentação, proibidas por uma convenção internacional, no pacote de ajuda militar" à Ucrânia, face ao défice de munições das tropas ucranianas.
"As ameaças (...) à segurança militar da Rússia exigem uma reação oportuna e adequada", afirmou o ministro da Defesa russo.
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