"Sou categoricamente contra a invasão bárbara da Rússia na Ucrânia, onde tenho, como muitos, amigos e família. Estou horrorizado com o facto de as bombas caírem todos os dias sobre as casas dos ucranianos", afirmou Volozh, num comunicado citado pelo portal independente Meduza.
O empresário referiu que, embora não viva em solo russo desde 2014, quando ocorreu a anexação da Crimeia e a Rússia apoiou e instigou os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia, sente-se "parcialmente responsável pelas ações do país".
Desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado, Volozh tem-se concentrado em apoiar engenheiros russos talentosos que decidiram deixar a Rússia e podem agora começar uma nova vida no estrangeiro.
"Tive de me manter em silêncio por muitas razões. Pode discutir-se a oportunidade desta declaração, mas não a sua substância. Sou contra a guerra", frisou.
O empresário retirou-se do conselho de administração da Yandex e do seu cargo de diretor executivo do grupo empresarial em meados de 2022, pouco depois de ter sido colocado na lista de sanções ocidentais.
Volozh é o quarto empresário na lista da Forbes dos 200 russos mais ricos a manifestar-se abertamente contra a guerra, depois de Mikhail Khodorkovsky, Oleg Tinkov e Andrei Borodin.
Outros 19 empresários na lista da Forbes mostraram-se indiferentes à questão e 11 deles, incluindo Alisher Usmanov, Yevgeny Kaspersky e Oleg Deripaska, até ajudaram a financiar o exército russo na campanha militar ucraniana.
Entretanto, a grande maioria dos russos mais ricos optou por manter o silêncio sobre a guerra.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). ´
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kyiv e com a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
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