O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou aos parceiros, este sábado, para enviarem equipamentos para a desminagem de territórios ucranianos, especificando que, no total, 174.000 quilómetros quadrados do país são "potencialmente perigosos" devido a minas e munições não detonadas.
"A Ucrânia também precisa de equipamentos dos parceiros, e é muito importante criar uma base de produção na Ucrânia para podermos limpar as nossas terras das minas russas. E essa tarefa deve ser concluída não em décadas, mas em anos", começou por dizer Zelensky, no seu habitual discurso noturno, após revelar que o Azerbaijão vai fornecer um novo pacote de apoio humanitário a Kyiv, que inclui "equipamento de desminagem".
"No total, até agora, 174.000 quilómetros quadrados do nosso país são potencialmente perigosos devido a minas e munições não detonadas. Todos os dias, os nossos especialistas detetam centenas de objetos explosivos. E quanto mais máquinas de desminagem tivermos, quanto mais ‘drones’ especiais tivermos para desminagem, mais ativamente seremos capazes de restaurar a segurança", acrescentou.
Ainda sobre o tema, o chefe de Estado ucraniano aproveitou para agradecer a todos os especialistas envolvidos na desminagem do território ucraniano.
"No último dia trabalharam 133 unidades pirotécnicas em todo o país. A maioria deles está nas regiões de Kherson, Kharkiv e Donetsk. Agradeço a cada um que limpa a terra ucraniana dos vestígios do terror russo", frisou.
No mesmo discurso, Zelensky havia também dado conta de alguns resultados com parceiros, nomeadamente a adesão da Grécia à declaração do G7 sobre garantias para a Ucrânia - o 14.º país (nos quais também se inclui Portugal).
Além disso, o presidente ucraniano deixou um agradecimento especial a vários países que esta semana "deram novos passos para maior segurança, maior proteção" do povo ucraniano, nomeadamente a Alemanha, que enviou dois Patriot adicionais, aos Países Baixos, que enviaram complexos médicos móveis, e ao Azerbaijão, devido ao pacote anteriormente referido.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou o sucedido com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
O conflito tem sido condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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