Havai arde há uma semana. Maior elétrica do país acusada de causar fogos

Há já 96 vítimas mortais, embora o número deva aumentar nos próximos dias, à medida que as buscas decorrem. Entre os desaparecidos haverá lusodescendentes.

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© PATRICK T. FALLON/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
14/08/2023 11:15 ‧ 14/08/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Havai

Os incêndios que deflagraram a 8 de agosto no arquipélago do Havai, nos Estados Unidos, e causaram aquilo a que as autoridades já chamam do pior desastre natural do estado, começam agora a ser motivo de ‘inspeção’.

O número de mortos - que deverá aumentar nos próximos dias, uma vez que existem centenas de desaparecidos - subiu para 96. A ilha de Maui foi afetada por três incêndios e, segundo a último ponto de situação das autoridades, feito no domingo, dois ainda estarão ativos.

Já esta segunda-feira, o governador do estado, Josh Green, apontou que os incêndios de Maui se tornaram os mais mortíferos da história do país e que as buscas por vítimas continuam.

O responsável apontou ainda que os fogos se terão propagado cerca de “uma milha por cada minuto”, o que significa que em cada minuto as chamas terão avançado cerca de 1,6 quilómetros.

De acordo com as publicações internacionais, apenas duas das vítimas mortais foram, por ora, identificadas.

Mas, afinal, o que causou os incêndios?

Apesar de não ser a primeira vez que fogos florestais acontecem no estado, nos últimos dias ficou montada a 'tempestade perfeita'  para a devastação a que se tem assistido. Para além do tempo quente, a passagem do Furacão Dora 'alimentou' a situação. Segundo os responsáveis pela monitorização, cerca de 14% do território do estado do Havai estava classificado como em seca severa ou moderada. O restante território (80%) apresentava, ainda assim, um estado de seca fora do normal.

Este tipo de seca faz com que a humidade restante na vegetação evapore, fazendo com que as chamas alastrem de forma muito mais rápida entre as plantas.

As imagens partilhadas poucas horas após os incêndios deflagrarem davam conta de um "cenário apocalíptico", com relatos de pessoas a saltarem para o oceano por forma a salvarem-se do desastre.

Para além do clima, quem vai arcar com as responsabilidades?

A Justiça do Havai recebeu uma ação coletiva que acusa a maior distribuidora de eletricidade do arquipélago, a Hawaiian Electric, de ter causado os incêndios na ilha de Maui.

Segundo a imprensa local, o processo foi apresentado por três escritórios de advogados que representam pessoas afetadas pelos incêndios de Lahaina, antiga capital do arquipélago e uma das zonas turísticas mais populares do estado.

A ação argumenta argumenta que a Hawaiian Electric, que fornece eletricidade a 95% do estado, "indesculpavelmente, deixou as linhas de energia operacionais durante as condições previstas de alto risco de incêndio".

"A destruição poderia ter sido evitada se os réus tivessem ouvido os avisos do Serviço Nacional de Meteorologia [norte-americano] e desligado a energia das suas linhas elétricas durante o evento de vento forte que era esperado" vários dias antes do início dos incêndios, afirma o processo.

Segundo o que lembra o processo, a prática de desligar as linhas de energia por motivos de segurança pública é comum em várias partes dos Estados Unidos durante condições de alto risco.

A procuradora-geral do Havai, Anne López, anunciou no sábado que fará uma "investigação exaustiva" sobre a resposta das autoridades à catástrofe.

Lusodescendentes no arquipelágo

O arquipélago conta com uma comunidade luso-americana (com dupla nacionalidade) composta por cerca de 200 pessoas. Um número residual comparado à comunidade lusodescendente, que não tem necessariamente a nacionalidade portuguesa, mas que advém da emigração para o arquipélago no final do século XIX.

Nos últimos dias, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem estado atento a esta comunidade. Depois de se saber que havia lusodescendentes entre os desaparecidos, e de Portugal ter demonstrado solidariedade, houve, no sábado, algumas atualizações. 

Segundo explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tutelado por João Gomes Cravinho, no sábado, alguns lusodescendentes já tinham sido localizados. Ainda assim, esta pasta admitiu que outros ainda poderiam estar desaparecidos.

Leia Também: "Não há notícia de portugueses" entre vítimas dos incêndios no Havai

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