João Lourenço destaca estabilidade em Cabo Delgado

O Presidente angolano saudou hoje a tranquilidade em Cabo Delgado, Moçambique, e reafirmou o compromisso da busca pela paz no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), apelando ao fim dos conflitos na região do Sahel.

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Lusa
17/08/2023 19:54 ‧ 17/08/2023 por Lusa

Mundo

Angola

João Lourenço, que discursava na qualidade de presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), referiu que a cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, na qual assumiu a presidência rotativa por um ano, abordou exaustivamente as questões relativas à paz e segurança não só na região austral, mas também em África e no mundo.

Segundo João Lourenço, o atual panorama em Cabo Delgado, Moçambique, é consideravelmente mais tranquilo e estável, por força em grande medida da entrada em ação da força conjunta em estado de alerta da SADC, cuja missão do contingente presente no país lusófono foi recentemente prorrogada para mais um ano em resposta aos resultados positivos que se vêm registando.

"A estabilidade nesta zona de Moçambique será a chave para que consigamos dar passos objetivos, tendentes à captação dos apoios necessários à reconstrução económica e social da província de Cabo Delgado e consequentemente do país", disse João Lourenço.

Relativamente à situação no leste da RDCongo, o presidente da SADC frisou que vão continuar os trabalhos para a busca dos caminhos para a paz na região, em estreita coordenação e concertação com outros mecanismos existente atualmente "para a resolução deste intrincado conflito".

"Saudamos a deliberação sobre o envio do destacamento das Forças da Brigada Reforçada da SADC, para um período de 12 meses, cujo objetivo final é o de ajudar este país irmão a encontrar os caminhos mais rápidos para a estabilidade, contribuindo assim para a pacificação total da região", apontou.

João Lourenço frisou também que constitui uma preocupação da comunidade, a situação vigente no Sudão, que já causou milhares de mortos, de deslocados internos e de refugiados e destruiu muitas das infraestruturas do país.

"Apelamos às partes em conflito a pôr um fim imediato ao uso das armas e aceitar resolver os diferendos que os separam sentando à mesa de negociações, para se alcançar a paz necessária, a reconstrução nacional e ao desenvolvimento económico social do país", exortou.

A situação na região do Sahel, prosseguiu João Lourenço, é também preocupante, marcada por ações de terrorismo e "mudanças inconstitucionais de Governos legitimamente eleitos pelos povos, através de golpes de Estado praticados pelas chefias militares".

"Encorajamos todos os esforços dos países-membros da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] com vista a mais reposição da ordem jurídico-constitucional nos países em causa", salientou.

Com relação ao conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com João Lourenço, a SADC defende "a necessidade de se pôr fim à guerra" pelas consequências que representa para a paz e segurança mundiais, para a segurança alimentar e energética e para o comércio internacional.

"As armas devem-se calar e ceder lugar à diplomacia, para se evitar o escalar do conflito ou uma possível confrontação nuclear, negociando uma paz que seja realmente duradoura para a Europa", advogou.

De acordo com João Lourenço, estes e outros conflitos que se desenvolvem em África e no mundo, associados à seca que afeta vastas áreas da região, as ainda presentes e nefastas consequências da pandemia de covid-19 e outros fatores têm sido os grandes causadores da crise atual, em torno do défice de produção alimentar mundial.

Por isso, defendeu, deve fazer parte das preocupações e esforço coletivo a identificação de medidas "que atenuem os impactos daí resultantes" e leve a produzir mais produtos agrícolas até se atingir a autossuficiência alimentar.

A SADC é um bloco económico formado pelos lusófonos Angola e Moçambique, além da África do Sul, Botsuana, República Democrática do Congo, Comores, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Namíbia, Essuatíni, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.

Leia Também: UNITA afirma que iniciativa de destituir Presidente "é para materializar"

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