A juíza que preside ao processo, Tanya Chutkan, marcou uma audiência para 28 de agosto para determinar a data do julgamento, e pediu propostas às duas partes antes de decidir.
Na semana passada, o procurador especial encarregue do caso, Jack Smith tinha proposto que o julgamento de Donald Trump no tribunal federal de Washington começasse a 02 de janeiro de 2024, prevendo que "não deveria durar mais de quatro a seis semanas".
Esta data "representa um equilíbrio adequado entre o direito do réu de preparar a sua defesa e o forte interesse público num julgamento célere" de um caso tão emblemático, em que um ex-presidente é acusado de ter fragilizado instituições federais, argumentou Smith.
"O interesse público reside num julgamento justo e equitativo, e não na pressa de um julgamento", defenderam na quinta-feira os advogados de Donald Trump.
A defesa do Republicano alegou que puderá levar vários anos apenas para examinar os 11,5 milhões de páginas de documentos que fazem parte do processo.
Se fosse escolhido o prazo proposto pelo ministério público, "mesmo supondo que comecemos hoje a examinar esses documentos, teríamos de ir a um ritmo de 99.762 páginas por dia (...) para terminar a tempo", disseram os advogados.
A defesa acrescentou que um julgamento em abril de 2026 permitiria preparar de forma justa o caso e não atrapalhar os demais processos contra o ex-presidente, que já têm sessões marcados para março e maio de 2024.
Trump considera que as acusações judiciais são uma tentativa de "interferência eleitoral" por parte dos Democratas e tem insistido que os julgamentos devem ser realizados depois das presidenciais de novembro de 2024.
Apesar dos processos que se acumulam, o empresário continua a ser o favorito à nomeação republicana.
Este é o quarto processo criminal contra o antigo Presidente e o segundo em que é acusado de tentar subverter os resultados eleitorais, juntamente com um outro, segundo o qual tentou provocar uma fraude nos resultados das presidenciais de 2020 no Estado da Geórgia.
Na quinta-feira, Trump cancelou uma conferência de imprensa, marcada para segunda-feira, na qual tinha prometido apresentar "um grande, complexo, detalhado, mas irrefutável relatório sobre a fraude eleitoral presidencial que ocorreu na Geórgia".
"Os meus advogados preferem colocar estas, acredito eu, provas irrefutáveis e esmagadoras de fraude eleitoral e irregularidades como registos legais formais", disse o magnata, na sua rede social, Truth Social.
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