"Teremos de reconstituir processos destruídos e para tal contamos com a colaboração de todos os envolvidos, nomeadamente o Ministério Público, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), o Serviço Nacional Penitenciário (Sernap), as partes processuais, os seus mandatários, vítimas, testemunhas, declarantes e peritos", disse o presidente do TS, Adelino Muchanga, durante a inauguração do Tribunal Superior de Recursos de Nampula, no norte do país.
Dos tribunais vandalizados contabilizados, um é da cidade de Maputo, dois da província de Maputo, dois de Gaza (no sul do país), oito da Zambézia (no centro) e cinco de Nampula (no norte de Moçambique).
Moçambique vive desde segunda-feira uma nova fase de tensão social, na sequência de protestos contra os resultados das eleições gerais que culminaram com confrontos entre manifestantes e a polícia.
O Conselho Constitucional (CC) proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, sucedendo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.
O anúncio provocou novo caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.
Na contestação ao processo eleitoral moçambicano, que se prolonga desde 21 de outubro, já morreram quase 300 pessoas e perto de 600 foram baleadas.
A tomada de posse do novo Presidente de Moçambique está agendada para 15 de janeiro e dois dias antes será a investidura do novo parlamento.
Leia Também: Presidente moçambicano pede que se evite destruição de hospitais